O 1º de Maio é um dia histórico dos trabalhadores em todo o mundo, marcado por inúmeras lutas e conquistas para diversas classes, e para a sociedade de modo geral. É necessário resgatar essa história e fazer do 1º de maio um dia de organização e luta dos trabalhadores! Enquanto a mídia ignora seu significado histórico e celebra esse feriado, parabenizando os trabalhadores, mais um ano quero propor uma reflexão que vá além das centrais sindicais que organizam comemorações e festas sem visão crítica ou sem a minima busca por transformação.
Presencio muitas pessoas com discursos egocentricos de valorização e paixão pelo trabalho.
Confesso que por inumeras vezes reproduzi a famosa frase: vestindo a camisa!
Mas será de fato que o vestir a camisa, nos isenta e nos fazem neutros diantes das condiçoes trabalhistas, da valorização profissional e do respaldo financeiro do ambito de trabalho?
Frases do tipo: dou meu sangue pela empresa, visto a camisa, meu trabalho e meus colegas são minha segunda família, me fazem refletir sobre como romantizamos o dia a dia de um trabalhador e nos esquecemos dos seus direitos enquanto cidadão.
Essa semana ouvi de uma pessoa que esta deixando o emprego que estava ha 4 anos (diga-se de passagem, sem valorização profissional alguma, sem respaldo salarial digno e sem o minimo de pretensão de plano de carreira, trabalhando feito uma mula) que sentiria falta do gerente que era como um irmão para ela.
(Silencio para não dizer palavras improprias....)
Acho um absurdo, pessoas misturarem o bom convivio com afetividade no ambito profissional.
Eu particularmente, trabalhei num mesmo colegio durante 10 anos da minha vida, e os amigos quase irmãos, se tornaram meros conhecidos. O chefe que era considerado um amigo, se tornou um empresario com interesses e ambiçoes proprias, sem muitas relevancias afetivas e pessoais. Guardo um carinho bem singelo dos anos que vivi junto a empresa, contudo, hoje busco deixar as consideraçoes antigas, mantidas estritamente pela força do convívio daquela epoca (pois não tenho contato com nenhum cristão que ali trabalha).
Sem pesares, foco nos meus interesses enquanto beneficiada pelo Instituto Nacional de Seguridade Social.
Ano passado, refleti nessse espaço sobre a dignidade e a oportunidade de possuirmos um trabalho.
Este ano, quero refletir sobre ate que ponto de fato vale a pena uma dedicação acrítica, não consciente que ultrapassa seus valores pessoais e seus direitos quanto cidadão.
Tolerancias em demasia com relação as necessidades da empresa, caracteriza um maternalismo inutil, pois a permissividade do trabalhador em aceitar sempre "quebrar um galho" "dar uma maõzinha" e coisas do tipo, nao o valorizará profissionalmente. Antes, o autoritarismo maquiado de cordialidade se instaurará até o momento que o trabalhador (por necessidade da empresa ou não) será substituido por outra mão de obra.
Nesse primeiro de maio, desejo que possamos ser mais conscientes, e que nos convençamos que infelizmente nossa sociedade gira numa engranagem chamada capitalismo.
Daí entao, a necessidade de papeis claros para se exercer os direitos e deveres enquanto trabalhador.
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Pronunciamento da Presidenta Dilma Rousseff - Dia do Trabalho 2012
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