Questão de pele... (minhas tatoos)

17 novembro, 2011

Lamento de marujo... ou será de sereia?


"...é dificil sonhar com a terra, qdo se esta no mar.
Difícil acompanhar quem sabe nadar quando se está preso nessa terra seca..."

Eis o fantástico mundo das palavras.
Onde se pode expressar sensações, angustias, temores, descontentamentos e frustrações da forma mais bonita que se consegue. Até as dores tornam se aveludadas.
A volúpia, o choro, o desejo e a utopia ganham um certo ar de encanto.
O que era pra ser trágico, passa a ser visto como poesia. Daquelas serenas que trazem esperança.
E por falar em serenas, de nada encontramos nelas quando o assunto são sereias. E é nesse mar que navego hoje. Ou melhor, tenho navegado ha dias. Com a coincidência dos bons vento que sempre trazem ate mim viajantes imersos em palavras.
Caio eu, ora sereia, no canto de um marujo que tenho grande apreço e o imenso prazer de te-lo por tempos as margens do meu ribeirão.

Ai.. ai..


A sereia do ribeirão ficou com medo, e nadou para longe...

Foi sumindo da vista, até desaparecer...

Eu apenas contemplava, ao longe a imagem sumindo, o vulto sobre aquelas águas negras.

O vulto sumindo sob aquelas águas pretas.

Ahhh.. sempre procuro aquela visão quando passo por aquele ribeirão.

Tem dias que passo naquele local e a vejo .

Sei que não é ela, sei que ela não está ali, mas meus olhos não acreditam nisso e teimam em

vê-la.

-Ele não sabe que sua ligação tem que ser com o cérebro, não com o coração?

Penso que a sereia veio, olhou, pensou, chorou, xingou, nadou e nadou,

falou maledicências de algo ou de alguém por não vir, e não sei se arrependeu-se, ou se

resignou-se, ou se foi alívio o que sentiu,

Tudo isso é o que penso, apenas o que penso, assim como a sereia que não se faz realidade.

Apenas penso..

Mas o que importa?

O que mais me interessava estava escondido em seu peito. Será que bate algo em seu peito?

Como diria Raimundo Fagner: fazia borbulhas de amor? E se fazia, era quando me via?

Aahhh sereia, Ahhh Sereia!

Quando balança nas águas, me balança junto. Quando bate nas águas, bate junto o meu

peito.

Canta, chama, seduz e afoga.

Deixando morrer. Nao por maldade.

Alega nao poder acompanhar os passos de quem tem pernas , inves de caudas.

Diz ser dificil sonhar com a terra, qdo se esta no mar.

Sem saber que dói e rasga o peito de quem não sabe nadar, de quem está preso em uma

terra seca.

Outrora sedutora e fértil era a terra.

Agora seca os sonhos deste pobre sonhador. Sonhador de sereias.

(...)


"A sereia sabe, mas a sereia não sabe.

A sereia sabe fingir que não sabe,

sabe dizer que não é, e fazer que é..

ela quer saber do que não gosta, quer gostar de quem não deve e dever a quem não pode

quer roubar meu coração; sem mostrar que tem um no peito."




HZP

11 novembro, 2011

Será que me acostumo?

As vezes me pergunto se vou me acostumar com essa vida, sem pressa, sem planos a longa distancia, vivendo um dia de cada vez.
Sempre estabeleci projetos a curto, médio e longo prazo. Nao tem sido nada fácil pra mim, uma pisciana sonhadora,viver um dia de cada vez.
Toda vez que me deparo com as expectativas, com os anseios das outras pessoas, fico nua diante de mim mesma e percebo o quanto existem coisas por se resolver aqui dentro.
Fico apavorada de pensar na hipótese (bem provável) de que as pessoas podem se cansar desse meu modo de viver a vida. Afinal, sou eu quem tenho que lidar com os imprevistos, os dias de formiga, o cansaço depois de uma viagem a inconstância de dias bons e outros nem tanto.
Que culpa é essa, que me aperta o peito e me faz perceber q a frustração de uma vida q nao escolhi viver, caminha atras de mim com passos largos, me alcançando toda vez que dou aquela paradinha pra descansar?
Ahhh essa menina sereia....
Canta, sorri, seduz, mas esquece que esta ali, sentada na pedra, impossibilitada de caminhar com a pressa daqueles que não tem caudas como ela.
Quando cai em si, não ha outra opção. O desejo de viver feliz na terra, é afogado pelo sal das lagrimas, ou do fundo mar em que voltou a mergulhar (....)