Questão de pele... (minhas tatoos)

14 dezembro, 2014

Aventuras de 2014

Oi genteeee , e aí? Tudo certo?
Final do ano chegando e mais uma vez (como de costume) um balanço geral de como foram esses 365 dias começam a permear meus pensamentos. Os prós , os contras, os momentos bons e os ruins começam a ser relembrados com o único objetivo: crescimento, aprendizagens, experiências e gratidão.
Não querendo estabelecer uma tradição mística, mas tenho reparado há alguns anos que meus anos "pares" sempre vêem carregados de surpresas não muito agradáveis. Na verdade acho pura coincidência, mas... é algo pra se pensar.
Em 2014 não foi um ano diferente! 
Muitas coisas boas aconteceram, no entanto os momentos difíceis pra mim foram de lascar, literalmente! kkk
Até o término do primeiro semestre tudo ia muito bem, até que um belo dia no trânsito  sinto meu olho direito mega embaçado. Ao mover os olhos para olhar pelo retrovisor senti que algo não estava normal, ao fechar o olho esquerdo diagnostiquei: NÃO ESTOU ENXERGANDO DA VISTA DIREITA!
A principio (como sempre) pensei, não é nada, daqui a pouco passa. Teimosa como sou, deixei passar um, dois, três, sete dias, e o que era apenas uma visão turva passou a dar início à dores terríveis no globo ocular direito. Já não conseguia ficar na luz,  ver TV,  teclar no celular. 
A dor do olho direito tomou conta de toda minha cabeça e não tive outro jeito senão recorrer ao meu neuro.
Conclusão: você está num quadro de inflamação ótica, comum nos pacientes de Esclerose Múltipla, isso é um surto que exigirá de você cinco dias consecutivos de pulsoterapia. (Procedimento intravenoso a base de corticóide para cessar a inflamação).
Maior que minha dor no olho foi meu desespero em tomar os cinco dias seguidos de corticóide, ficar com a "cara" mais gorda do que de costume, e o pior de tudo FICAR INTERNADA!
Implorei para que meu médico solicitasse uma internação/dia, e assim graças aos deuses aconteceu.
 Fui ao hospital e voltei durante cinco noites seguidas tomar a medicação na veia durante quatro horas diárias, esperando pinguinho por pinguinho ser absorvido pelo meu corpinho que ficava cada dia mais rechonchudo. Assisti novela, propaganda eleitoral, conversei com pessoas mais "malacabadas" que eu, ouvi música, me indignei (e muito) com o quadro da saúde que não é privilégio único dos hospitais públicos, mas também nos hospitais particulares.
No primeiro dia já senti uma melhora significativa e no final do quinto dia digamos que a dor havia sumido e que 80% da minha visão havia voltado. Hoje, posso dizer que voltei a enxergar perfeitamente.
Passado o mês de agosto e meu esforço excessivo para  desinchar após o corticoide (quem passa por esse martírio sabe a dureza que é), vou numa bela noite de sábado jantar na casa de dois amigos (Danila e Marcelo, praticamente irmãos, graças a Deus rs) conversa vai conversa vem, euzinha "espertona", piso em falso num degrau de mais ou menos uns três centímetros, levo um mega tombo que até hoje não sei explicar como bati a boca no chão!
Resultado: Ao me levantar senti que meus DENTES DA FRENTE havia quebrado, além de sentir que alguma coisa de errada havia acontecido com meu meu braço.
O braço doía confesso, mas o desespero de olhar no espelho e ver um dente quebrado praticamente pela metade e o outro lascado me apavorou.
Respirei fundo e pedi pro William me levar ao hospital pra ver primeiro o que havia acontecido com o braço.
Foi um tombo tão bobo, que eu nem poderia culpar  a EM. Foi pura falta de atenção e descuido. Não acreditava que euzinha havia permitido tamanha displicência, visto que sou muitíssimo cuidadosa para não cair. De acordo com o médico, minha boca não estava machucada e nem meus dentes comprometidos, portanto, eles estavam sujeitos a quebrarem em qualquer situação, pois o excesso de corticóides enfraquece toda dentição. Sendo assim , o mais provável, foi um dente tensionado no outro e não a queda em si.
Nada sério com o braço, partimos direto para o dentista. Sábado, dez horas da noite e o meu desespero de ficar banguela ate segunda-feira.
Mas não, nada que R$400,00 à vista  não desse um jeitinho.
Sete dias depois, "o jeitinho", despencou na hora de escovar os dentes.
Tive um surto psicótico dessa vez kkkk.
Voltei ao dentista muda, (banguela de novo) e calada. Sentei na cadeira e chorei antes de começar o procedimento. 
O dentista havia me explicado que a resina utilizada no meu dente, havia sido uma resina normalmente utilizada para pessoas que possuem convênio, e não para aquelas que pagam particular.
Chorei mais ainda, de raiva, de revolta de vergonha por saber que pessoas são tratadas dessa maneira.
Dentes lindos, perfeitos e importados, (embora falsos), estou com eles reluzentes aqui em minha boca.
Se me perguntarem o que eu tenho de mais precioso no momento, direi imediatamente que são meus dentes. A partir disso pude compreender a profundidade de Clarice Lispector quando escreveu: "Sinto a falta dele, como se me faltasse o dente da frente."
Tudo certo, tudo arrumado, olhos ok, dentes ok, e um sentimento de pavor e medo passou a tomar conta de mim.
Retorno ao meu terapeuta que por sua vez conclui: você esta num quadro de ansiedade bem aguçado. Novamente procuro meu neurologista que me receita um ansiolítico e me faz emagrecer três kilos em um mês (há de acontecer algo bom em meio a isso tudo rs).
Estamos em meados de dezembro, e graças aos céus tudo vai bem. Já estou sem o remédio para ansiedade, os dentes continuam no lugar, os olhos acabaram de findar a leitura de Dom Casmurro, Machado de Assim , enfim, cada dia me torno mais consciente de que precisamos viver um dia por vez, um milagre por dia.
Levantamos pela manhã, sem saber o que o dia nos reserva.
O que a princípio é desespero e chateação, após assimilado passa a ser aprendizagem, riso e experiências. 
Ufa, que bom que viver é assim!
Não sei se com todo mundo acontece isso, mas após passar por momentos difíceis, quando as coisas voltam ao normal, damos mais valor às coisinhas pequenas, somos gratos aos detalhes, e passamos a sorrir com muito mais alegria... EU QUE DIGA! kkk
Que 2015 seja mais leve, sem tantas emoções, mas com muitos sorrisos.





19 agosto, 2014

Bom senso, cadê?

Oi gente! Quanto tempo hein?
Pois é, muitas coisas estão acontecendo e euzinha sem computador para registrá-las por aqui. Sei que a sensação de quem passa por aqui é de abandono, mas juro que não! Tenho estado sem tempo e sem um computador pessoal para que eu possa atualizar o blogg.
Mas enfim, chegou o dia de acabar com essa solidão. Tirar as teias de aranha e tecer meus (in) significantes comentários sobre algumas questões que tenho presenciado.
Quero primeiramente dizer que lamento muito a morte do até então candidato à presidência Eduardo Campos. O Brasil não só perdeu um politico, como cidadãos pais de família, cada um com sua historia num trágico acidente. Todos daquela aeronave, assim como muitos brasileiros têm suas vidas ceifadas de forma trágica e inesperada. Como ser humano me solidarizo aos familiares e lamento essas perdas.
Quanto a postura de sua vice Marina Silva,  prefiro não estabelecer juízo sobre as fotos tiradas durante o velório. Pessoalmente acho que algumas posturas foram de tamanha incoerência para tal ocasião. Concluímos assim, que a falta de bom senso tem imperado em nossa sociedade, trazendo um ar de normalidade para a falta de bons modos e coerência à determinadas situações.
Mas o que eu realmente quero expor nesse post é a incoerente postura de muitos cidadãos que têm usado das redes sociais para tecer suas opiniões quanto ao cenário politico que estamos vivendo.
O descontentamento têm feito com que pessoas de modo superficial e leigo, estabelecessem opiniões sem profundidade e coerência.

Tenho visto pessoas atacando políticos sem bases argumentativas. Vozes de massa, como aquelas que pediam para Pilatos: CRUCIFICA-O! Sem obterem critérios coesos para tais pedidos.
Da mesma forma, lamento a postura de militantes que sacramentam seus ídolos políticos como mártires, livres de quaisquer críticas.
Cada vez mais desenvolvo a vontade de trilhar o caminho do meio, caminho esse que está longe de ter como  sinônimo o “estar em cima do muro”, muito pelo contrário, é possuir a consciência de que para estabelecermos determinadas críticas, precisamos antes de mais nada sermos coerentes com nossas posturas.
De que adianta discursos humanitários, senso de justiça e uma fé cristã se em nosso dia a dia, não temos a capacidade intelectual de estabelecermos analises que diferenciem pessoas de ideias.
Pode reparar, em períodos de eleição, desabrocham pessoas que desfrutam de uma vida confortável, que nunca se interessaram por politica e pelos problemas sociais, como grandes críticos  defensores do povo. Mas pergunto eu: que povo é esse?
Quando falamos em reforma agrária, quando falamos em de distribuição de renda,  quando é proposto políticas públicas que incluem e beneficiam o povo e as minorias, o “povo” que não gosta de povo vem com o velho e raso discurso: “Não podemos dar o peixe, precisamos ensinar a pescar!”
Assim nos cansamos de ouvir sobre o Bolsa Família, sobre as cotas raciais e outros programas do governo federal.
Eu lamento profundamente a valia e a nobreza de se ajudar ao próximo através do discurso assistencialista  e das caridades feitas de modo estritamente religioso.
Em nome de Deus, tudo é valido, migalhas aos pobres, agasalhos no inverno, sopão aos mendigos, cestas básicas, brinquedinhos para crianças carentes no natal. Tudo isso ganha um caráter de bondade e caridade. E o papo do ensinar a pescar, como era mesmo?
Muitos desses que criticam ferrenhamente politicas públicas inclusivas são os que mais se envolvem e se beneficiam das glórias do assistencialismo social que praticam.  Afinal como irei me enobrecer se todos forem iguais?
O discurso do amor cristão não vale de nada quando nos denunciamos ao destilar o ódio e o egoísmo que habita em nós.
Ainda ontem após a sabatina com a presidenta Dilma no Jornal Nacional, entrei no Face book para visualizar a repercussão de tal entrevista, grande foi a minha surpresa ao presenciar comentários de determinadas pessoas à presidenta. Insultos pessoais de quem não consegue distinguir pessoas de ideias,  por não terem argumentos insultam e menosprezam a pessoa física invés de tecer criticas pontuais às posturas ideológicas.
Fico enojada com o caráter (ou a falta dele)  de pessoas que desejam o mal físico, que usam seu humor  e sarcasmo medíocre  para desejarem o mal, seja pra quem for. Essas mesmas pessoas que em nome de Deus são consideradas nobres e integras, são as pessoas que ontem vi desejando a Morte da presidenta.
Humor? Desculpem-me, mas pra mim não passa de pessoas maquiadas de bons cidadãos mas que na verdade fedem quando expõem seus valores e opiniões.
Essa foi a postura de um jovem politico aqui da minha cidade, “pseudo bom moço”, evangélico,  que disse jurar querer comentar seu desejo que assim como aconteceu com Eduardo Campos, uma noite no Jornal Nacional e na manhã seguinte morto,  quisera acontecer com Dilma Rousself! Mas que devido aos seus bons modos não poderia desejar tal atrocidade.
Para finalizar esse post, deixo um  versículo que os cristãos bem conhecem. Deixo para que além da teoria ele possa ser conhecido e praticado, para que assim todo discurso espiritual ganhe valia quando colocado em prática.
“...porque pelo fruto se conhece a árvore.” (Mateus 12:33)

Carpe Diem

10 março, 2014

A Esclerose Múltipla e a Respiração

Oi gente...tudo bem? Espero que sim.
Há tempos não passo por aqui pra falar sobre a EM, e cá entre nós que o calor que tem feito não poderia deixar de vir aqui chorar as minhas e as pitangas de muitos amigos que têm sofrido com essas ondas de calor.
Uma amiga me procurou no face essa semana para compartilhar o quão tem sido sofrido o verão pra ela. Que tem sentido os sintomas de fadiga se agravando dia a dia. O desânimo e a falta de disponibilidade pra viver tem tomado conta do seu corpo.
Pois bem, não poderia deixar de dizer que ela não tem estado sozinha nessa luta. De fato nós escleróticos temos sentido mto desconforto com esse calor. O jeito é ficar de olho na temperatura corporal, tomando nossos sagrados banhos frios e sentir-se livre pra andar praticamente nu, (quero dizer, com roupinhas leves, rs) evitando lugares aglomerados e atividades que possam gerar uma onda de calor maior do q ja estamos expostos nesses dias.
O que achei nteressante e me motivou a escrever essa dica que postarei a seguir, foi o questionamento que a mesma fez com relação a sensação do tal "cinturão" assim como dos "formigamentos" que eu sempre reclamava muito.
Esse questionamento fez com que eu me desse conta de que eu não me lembro qdo foi a última vez que senti esse aperto terrivel em volta da cintura, nem tampouco os formigamentos.
Pra quem desconhece esse sintoma muito comum nos pacientes de Esclerose Múltipla, o cinturão é uma sensação de aperto em toda a volta do abdomem, ele toma todo o tronco, nos impedindo de respirar com normalidade. Além de tirar-nos a força abdominal. A sensação é de fato que estamos utilizando uma cinta apertada ao redor de toda a cintura. E devido à isso, o formigamento e a falta de sensilbilidade tambem aparecem para causar um desconforto ainda maior. Não ha posição para nada, o andar acaba sendo comprometido, o sentar, o deitar... tudo gera essa sensação de aperto.
Logo que comecei a praticar yoga, há mais ou menos dois anos, frequentemente  reclamava pra minha orientadora de que estava com muitas formigas e com o tal cinturão. Era só a temperatura aumentar e meu corpo se sentir fadigado e quente, pronto! As Formigas e o cinturão apareciam.
Como estava dizendo, não sei qual foi a última vez que tive esse desconforto. Por isso vou compartilhar uma técnica que aprendi na yoga, e que mudou essa página da EM na minha vida.
Essa técnica se chama PRANAYAMA, é uma tecnica respiratória que traz à respiração um movimento continuo e consciente. Eu particularmente havia perdido toda a força do abdomem, não conseguia virar nem uma cambalhota. 
Devido à essa prática, consigo fazer posturas (asanas) que exigem força abdominal. Sem contar que até o equilibrio melhora qdo a respiração é feita de forma consciente. É algo incrivel, que deu jeito nas minhas formigas e adeus ao cinturão. Quero deixar claro que estou falando especificamente para pacientes de EM, mas qualquer pessoa pode e deve fazer a prática. 
No inicio, confesso que é bem dificil, pois estamos acostumados a respirar erroneamente, mas com a prática e disciplina as coisas começam a fluir e dar resultados. 
Abaixo um video com um exercicio que pode dar um bom resultado. Espero que gostem...



 Bjos CARPE DIEM 
( NAMASTÊ  _/\_ )



08 fevereiro, 2014

Sereias e marujos

Oi gente... passaram bem as festas de final de ano? 
Sei que estou um pouquinho atrasada para desejar um ano cheio de bons ventos e surpresas boas, mas estou muito honrada por ter recebido o poema abaixo de um amigo que admiro muito politicamente, que amo conversar, que sempre recorro à ele por seus conhecimentos sobre a cultura africana e por sua atenção e companheirismo.
Que este primeiro post do ano me traga bons ventos com a benção da Rainha das águas a quem tenho cada dia mais apreço e admiração. Que nossa amizade Alessandro Oluandeji permaneça, e que possamos vaguear por poemas, maracatus, pontos, devaneios e reflexões por ciclos e ciclos de nossas vidas. Gratidão poeta, você é um querido e me divirto mto com nossas conversas.





Quem nunca soube das historias
Contadas em terra firme e em alto mar Fala sobre os marujos encantados com o canto E a sereia que enfeitiça em noite de luar Alguns dizem que ela está sentada num pedra E até falam que sua casa é o fundo do mar Mas quando fecho meus olhos a vejo Sempre a cantarolar em cimas das ondas Das ondas que batem na areia Onde fica Kaiatumbá E podem falar ate de Netuno Mas o encanto que se fala da sereia Faz parte da historia de todos os mares E ate em países distantes que ela vagueia Chamando os marujos para perto da areia Onde os leva nas ondas pequenas Para pedra da linda sereia E quem não sabe da historia não entende esse legado Rogo a Deus proteção e Yemanjá perdoe meus pecados Eu não sou um marujo, mas gosto de navegar. Eu amo as Sereias e não vou desconfiar

Alessandro Oluandeji