Questão de pele... (minhas tatoos)

30 maio, 2013

"50 Tons de Tédio"

Sei que já falaram um monte sobre o livro. E sei tambem que muitas das minhas amigas leram e amaram, assim como  mulheres ao redor do mundo se apaixonaram perdidamente pela história do milionário-traumatizado-controlador-possessivo Christian Grey e da jovem-inocente-virgem-corajosa Anastasia Steele. Mas eu arrisco dizer que “Cinquenta tons de cinza”, da escritora E L James, mesmo após vender 67 milhões de exemplares (2,4 milhões só no Brasil) é um dos livros mais entediantes que euzinha ja li.
Além da trilogia (completada com “Cinquenta tons mais escuros” e “Cinquenta tons de liberdade”) estar prestes a se tornar filme, se você não leu o livro ainda alguma amiga vai te empurrar os três volumes com argumentos convincentes. Eu por exemplo, apos assistir uma critica sobre a literatura no programa Saia Justa - GNT fiquei tão curiosa que acabei cedendo, mesmo após algumas criticas. Enquanto isso, queria muito entender os atributos magnificos do tal Christian Grey.
Assim que li o primeiro livro logo que foi lançado, achei simplista, nao muito erótico (como o prometido) alem de machista. Um enredo em que o sujeito determina o comportamento sexual das mulheres que atravessam seu caminho, que na cama deve se submeter a desejos diferenciados e dolorosos, não me pareceu nem um pouco uma mensagem interessante num mundo em que homens ainda se acham com mais direitos do que as mulheres, incluindo aí o direito de tratá-las com violência. Nada contra opçoes de praticas sexuais, mas a mim foi de extremo desagrado a relação de modo geral.
Ele traumatizado, doente, possessivo, inseguro. Ela, inocente, com ares de rebeldia, apaixonada e pseudo corajosa.
Confesso que fiquei intrigada e um tanto preocupada com a figura do "mocinho" que muitas mulheres andam   desejando. Será que o problema sou eu?
Essa inquietação me obrigou a levar essa angustia como pauta da minha terapia.  Afinal, me revolta mulheres dizerem que amam esse cara e a tamanha submissão da protagonista, acreditando que essa relação é bonitinha.
Juro, sem ironias, que se o final da triologia fosse marcada por um crime, eu acharia bem mais coerente o enredo raso e simplista da autora.
Nao cabe em mim, relaçoes de posse,  de dominio, de submissao, de controle, de autoritarismo cordial, de amores fora de controle, de paixões irracionais. Sinceramente DETESTO essa atmosfera. na minha humilde opinião, isso não tem nada de amor, antes tem tudo de doentio.
Pra não ser tão radical, embora tenha achado de uma linguagem simplista e rasa, a historia não é toda ruim. A autora constrói  bem o suspense de um capítulo para o outro, sempre dando pequenas pistas que vão explicando porque raios Christian Grey age do jeito que age, de onde vem o trauma dele.
 A trama psicológica que o envolve desperta interesse. A história tem ritmo, o que acredito que funcionará bem no cinema. É o mesmo princípio de outros grandes sucesso literários que se transformaram em blockbusters: “Harry Potter”, “Crepúsculo” e mesmo “Comer, rezar, amar” que por sinal amei
Como sabem, sou mto ecletica quando o assunto é musica, literatura, cinema etc. Mas sou obrigada a dizer que não achei o texto nada brilhante. Não acredito que tudo que a gente leia tenha que ser poético e intelectualizado, acredito na leitura por lazer e puro entretenimento , mas classificar esse livro como erótico é pra rir.
Tenho que ser sincera com vocês: só pode achar a relação de Christian e Anastasia picante quem tá com a vida sexual morna ou zerada. Tirando uma chicotada mais tensa ou outra, nada do que é descrito ali é demais, fora os termos repetitivos que me faziam reproduzir a personalidade sem sal da mocinha de revirar os olhos. "Inebriante", "beicinhos", "beijinhos nos nós dos dedos" dentre outros termos, me fizeram entediadissima durante a leitura.

Mas pra aqueles que se empolgaram e aprenderam algo com a leitura, bom proveito. Converse com o parceiro pra sugerir umas “novidades”. E tenha em mente que você pode fazer tudo aquilo e muito mais!
No decorrer da história, Christian, graças ao amor de Anastasia (que é uma moça chatinha e forte, no fim das contas), muda para melhor, cura seus traumas e formam uma linda e feliz familia. A possessividade dele ganha uma explicação justificavel.
Em suma, conclui que 50 Tons de Cinza agrada a mulheres romanticas que insistem em crer no principe encantado, no amor que supera tudo, e que tudo transforma a qualquer preço.
Sinceramente, não é meu perfil idealizado de romance. Nem meu perfil de mulher e muito menos meu perfil de homem. Eu enlouqueceria com alguem tentando me dominar, seja por preocupação, seja com cuidados, seja com qualquer coisa que me roubasse a identidade e subestimasse minha personalidade. Eu hein.... tô fora!!! 



Continuo achando, que se o término fosse um crime sanguinário, o enredo seria muito mais interessante. kkk
 Me desculpem.... (com relação a foto ao lado, o Naldo não tem nada com isso..ou será que implicitamente tem? rsrsrs)
Pensando bem, fiquei na duvida!!! kkkk

25 maio, 2013

"O cheiro do incenso"

       Adoro passear por estórias, por memórias sejam minhas ou alheias.
Passeando entre vidas, causos e bloggs eis o trecho de uma que mto me agradou.  Que desperte em você, assim como despertou em mim, memórias, sejam elas olfativas ou não. ;)
                                                          ...

" (...) Estava frio, mas ao dar o primeiro passo por aquela porta de casa antiga, o cheiro doce do incenso fez com que tudo ficasse quente em mim. Por ser noite, uma luz quente amarelada e fraca me fazia enxergar um sofá próximo a janela, uma mesa de escritório, um painel com telefones de comida chinesa e algumas imagens de pretas folclóricas...Tudo ali me parecia familiar e meu. O blues, o quadro de caricaturas, o carpete. De repente, o que era apenas uma voz, se tornou uma blusa de lã fina, preta e de gola alta. A conversa era boa, o olhar era bom. Entre bocas, dentes e estórias nos aproximávamos. Nos aproximávamos cada vez mais.Entre sifras, notas, pratos e baquetas meu mundo se encontrava ali, ora aos pés de uma bateria sobre o carpete cinza, ora na sala ao lado sobre um colchão inflável.Na minha mente, um cuturno, um jeans, uma banqueta e um espelho. Na dele lingeries azuis, amarelas e argila.Argilas em promoção.Por sermos tão iguais, tão metades, tão avessos, o querer e o desprezo, a coragem e a covardia, o presente e o passado não nos permitia ver futuro.Um misto de paixão e ódio, de brigas e pazes, de tesão e desprezo se misturavam em nós com a mesma necessidade de estarmos ali, envoltos na fumaça do incenso.Ali, sobre o carpete nunca tinha sido tão eu...Ali em pé me encurralando entre a porta e o quadro, ele nunca tinha sido tão ele...Eu sentia que não!Pergunto aos encurralados em estórias, cantos, carpetes e conflitos, como não relembrar de capítulos olfativos? Maldito sentido! Bendita memória que faz reviver e sorrir, querer e fugir!Cenários que só trazemos na lembrança. Aquela rua sem saída, o portãozinho de muro baixo, o chão encerado... e o cheiro do incenso.Ah, o cheiro do incenso!!!"
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