Questão de pele... (minhas tatoos)

27 julho, 2013

E com vocês, vossa santidade O PAPA

Ontem pela manhã, dia 26 de julho,  me permiti sentar diante da televisão para acompanhar algumas notícias sobre a visita do Papa ao Brasil.
Sem duvidas minha primeira impressão foi a seguinte: "Estou diante de um franciscano, inovador, ousado e do bem". 
Eu particularmente admiro mto o ministerio dos franciscanos, acho de tamanha nobreza o q pregam,  como vivem e suas obras diarias. Aliás São Francisco de Assis, é um dos santos católicos por quem tenho grande simpatia.
Dentre tantos discursos que fez até o momento, Francisco incentivou os jovens a “não desanimarem” diante da corrupção, “pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício” mencionou as vítimas de violência. Se compadeceu dizendo que “Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos”. Lembrou "das famílias que passam por dificuldades, que choram a perda de seus filhos, ou que sofrem vendo-os presas de paraísos artificiais como a droga."
O papa  também fez questão de se encontrar com oito jovens infratores no Palácio São Francisco, na sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Ele recebeu uma cruz de presente, com a inscrição “Candelária Nunca Mais”, em referência ao massacre da Igreja da Candelária, que completou 20 anos na semana passada.
Segundo o porta-voz do Vaticano, o pontífice ficou “emocionado” com a lembrança da chacina de oito crianças que dormiam em torno da igreja, e comentou: "Candelária, nunca mais. Violência, nunca mais, só amor". Depois, ele orou com os menores, antes de se dirigir ao balcão principal do palácio e rezar o Angelus Domini diante de 5 mil fiéis, quando destacou a importância da família.
Ufa, e a programação da vossa santidade não pára por ai. Aos 76 anos, ele apresenta disposição e simpatia por onde passa, e como ficará no Brasil até domingo, certamente haverá mais por ai.
Mas eu quero citar algo que me emocionou e ao mesmo tempo me fez refletir sobre a fé.   Enquanto Francisco passava por seu trajeto ate a Sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro, crianças eram levadas até ele para serem abençoadas. Nesse percurso um garotinho, tomado por extrema emoção o abraçou e chorou.  Chorou copiosamente, e eu tb chorei!!!
Chorei num misto de fé e lamento. Chorei por perceber a carencia daquelas pessoas pela presença de algo que reporte a bondade, a benção ao divino. O que faz aquela multidão correr atras de um lider religioso (um chefe de Estado) que por mais bondade que reporte, é um ser humano como cada um de nós?
Fiquei refletindo sobre minha trajetoria de fé. Os maiores erros e maiores arrependimentos que tenho na minha vida, advém justamente  pelo "seguir" pessoas que se reportaram a figura de Deus.
Ahhh como somos carentes...
Como nossa fé é bela e burra ao mesmo tempo...
Como somos levados por ventos de doutrinas tão perigosos e manipuláveis...
Sou uma das muitas pessoas que admiram a postura do papa Francisco. Sou uma das muitas que têm se surpreendido por sua simpatia e simplicidade. Mas a quem de fato esse homem representa?
A que historia a igreja que ele ovaciona pertence?
Emboras seus discusos sejam atentamente ouvidos pelo amor e humildade que o mesmo apregoa, Francisco ja deixou claro seus posicionamentos (que são os posicionamentos da igreja) sobre a homossexualidade, o aborto dentre outros assuntos que sabíamos que nao seria diferente. Não nos enganemos, não sejamos superficiais e ingenuos com relação a bondade demonstrada. 
Somos aquilo que acreditamos, que professamos e que abraçamos como historia.
Ao ver aquela criança chorando, lamentei atraves da emoção ingenua, as muitas "fés" que continuam a perecer por tamanha ingenuidade e ignorancia.
Faço-me semelhante aos bons que com cordialismos dizem: Ai filhinhos... (mas prossigo em meus conselhos) ... não vos iludam, a fé só é boa qdo nao toma demasiadamente o senso crítico de uma pessoa. Ela traz vida, mas também pode trazer a morte. Morte do intelecto, do senso de justiça, da igualdade e porque não da fraternidade!
Carpe diem, ou melhor, SOLI DEO GLORIA...


13 julho, 2013

Tesão Intelectual

Há alguns meses estava certa e convicta de que esse blogg conteria apenas textos sobre minhas vivencias politicas, sobre meu diagnóstico de Esclerose Múltipla e sobre outras questões como musicas, filmes, livros e coisinhas do tipo .
No entanto, cheguei a conclusão que não sou uma pessoa fragmentada  e que  esse blogg nem seria meu se nos assuntos citados acima não tivesse um "bocado de Dalila".
E esse bocado contempla juntamente com a politica, com a EM, com minhas musicas, meus filmes, meus livros, todas as  minhas descobertas, minhas reflexões, meus amigos, minhas paixões, meus gostos, dissabores e algo que denomino de TESÃO INTELECTUAL.
Não vai ter jeito... sem um pouco disso tudo, esse espaço não seria meu, e pra falar a verdade não quero que tenha jeito, sou um pouco de tudo, e esse tudo faz com que eu seja esse EU!!!
Faço das palavras de Álvaro de Campos (Heterônimo de Fernando Pessoa) minhas palavras: "Pertenço à tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio...".
Sendo assim, não cabe a mim ignorar as descobertas que atravessam meu caminho, me fascinando,  seduzindo meu intelecto e minha alma através de palavras, de trilhas sonoras, de reflexões políticas, dos assuntos sobre os céus e seus deuses e da grandeza do mundo.
Todos nós deveríamos enxergar que cada pessoa que cruza nosso caminho, tem o poder de imprimir em nossa alma o desejo pela descoberta de si próprio e do outro. Tem o dom de nos dar prazer por sua companhia, tem o cuidado de nos doar do seu tempo para falarmos e sermos ouvidos, sem nunca ter a sensação de que aquelas horas foram  nem por um minuto, o que chamamos de "tempo perdido". Tudo isso de maneira livre, sem cobranças, sem pretensões. Prazer pelo prazer, seja de rir, de chorar ou  de filosofar....
Embora eu seja uma pessoa cercada por muitas pessoas (e agradeço aos deuses por esse privilégio), tenho algumas poucas pessoas que conhecem minha alma, algumas de perto e outras de longe na qual sabem o significado de cada palavra que expresso.
É como se cada uma delas tivessem um tiquinho de mim  e eu um tiquinho delas. Não nos falamos todos os dias, nos vemos eventualmente, mas nos fazemos presentes através de cifras, versos e momentos. ( Sem contar meu "amigo mor", que dorme comigo todos os dias há quase 10 anos).
Por cada uma dessas pessoas que conhecem minha "nudez de alma", tenho uma paixão inexplicável. Pois nenhuma delas negociaram nossa amizade por mais difícil que fosse o problema que tivéssemos enfrentando durante nossa trajetória.
Chego a conclusão que o amor permanece e a paixão só é alimentada (seja em quaisquer tipos de relação) qdo há liberdade, qdo não há cobranças, quando existe espaço pra lealdade e respeito.
Nesse tempo, estou tendo o "TESÃO INTELECTUAL" de descobrir uma nova amizade. Minha sensação é como se minhas convicções, minhas ideologias, meus gostos literários, musicais transcendessem  minha matéria e transbordasse em outra pessoa.
A cada assunto que surge, a cada dia da semana celebrado com uma musica, a cada surpresa cifrada num arquivo de email,  as concordâncias discordadas,  ligações e despedidas despretensiosas pertencentes somente àqueles que possuem alma livre.  
Tenho a sensação que  possuo diante de mim mais um dos tesouros ímpares que uma "modesta sereia" costuma juntar lá do fundo do mar.  Sinto também, que tal tesouro, Tem estado a vontade , encontrando um lugar confortável dentro do  baú da modesta sereia.
Baú repleto de segredos literários, de canções de Chico Buarque, Vinícius de Mores, Marisa Monte, trechos de livros, papos políticos e reflexões existenciais.
 Quem me conhece sabe que não costumo comparar pessoas, cada uma permanece em nossa vida o tempo determinado para escrever em nosso livro um capitulo,  um trechinho da nossa historia. Quer seja um capítulo breve ou um longo capitulo, o prazer de viver intensamente nos lança em abismos sem volta.  Nos faz ler entrelinhas, sorrisos, timbres e angustias que nos encantam dia a dia.
 Estou cada vez mais convicta  que para algumas situações novas acontecerem temos que romper com situações antigas, abrir mão, lançar fora pessoas e situações que possam nos impedir de viver o novo que está bem ali, a nossa frente.
Caso contrario, o peso da bagagem se torna insustentável, negociável e nada prazeroso. 
Precisamos estar cientes que ninguém pertence a ninguém. Somos apenas possuidores de nós mesmos, da nossa integridade, da nossa lealdade para conosco e para com o próximo qdo sentimos reciprocidade. Nossa historia nos pertence hoje, amanha não sabemos a direção que os ventos irão conduzi-la, portanto, nos resta a árdua tarefa de viver como se o minuto seguinte não fosse existir.
Viver como um poeta andarilho, que carrega apenas o q necessita, e junta tesouros atípicos.
Meus tesouros também são atípicos.
Meus tesouros são meus  poucos (e raros) amigos, aqueles que decidem caminhar ao meu lado...


01 julho, 2013

Na mesma estação


Creio que por algumas vezes ja tenha falado sobre a analogia em que nossa vida é como um vagão de um trem...
A cada dia me convenço o quão perfeita e sublime é essa ilustração.
De fato, nossa vida é semelhante a um vagão. Onde durante nossa trajétoria pessoas sobem e descem constantemente em nosso trem.
Algumas pessoas surgem em determinada estação e percorrem conosco por longos percursos. Outras nos acompanham numa breve viagem. Existem aquelas que aparecem, somem - sobem e descem da nossa vida e e quando menos esperamos retornam numa estação mais adiante...
Talvez isso seja viver...
Aos meus olhos, a beleza disso tudo não está no apego de quem segue conosco, nem tampouco na lamúria de quem apenas passa por nós por breves momentos.
Ao meu ver, a beleza está na vivência, na alegria, no prazer de sabermos que algo ficou conosco e algo de nós tambem se foi com cada pessoa que nos permitimos vivenciar quaisquer que sejam as experiências.
Romper elos, relacionamentos, aliviar bagagens é algo necessario a todo ser humano. Mesmo muitos de nós não sabendo lidar com finais, a beleza da vida se encontra também nos recomeços. Nas novas viagens.
Sou uma pessoa de sorte. Os ventos (na maioria das vezes) sopram em meu favor me trazendo pessoas que alegram meu trem.
 Pessoas que com sua amizade transformam aos poucos o cinza, o opaco, o insipto  em cores cintilantes que  trazem sabor e aquecem a alma. Pessoas que acrescentam  ao seu mundo  sensações que aparentemente sempre te pertenceram. Que te lêem e te descobrem com  simplicidade e naturalidade. Que fazem a politica parecer mansa mesmo em tempos de manifestos, que discordam concordando e concordam discordando, que faz a noticia ruim parecer leve, as decepçoes releváveis, os dissabores perdoáveis. Que silencia os barulhos com música e os ruídos com poemas. Que faz pensar como os grandes filósofos, embora traga em sua bagagem uma simplicidade de andarilho.
Mesmo com alma livre de pássaro que conhece os prazeres dos diferentes tipos de vôos, desliza sobre tais trilhos com a segurança de conhecê-los bem. Fazendo com que o caminho, a companhia, o compartilhar politico, espiritual e pessoal se tornem impares e especiais.
Nessa tarde cinzenta de frio e chuva, após ler um presente em palavras que ganhei, tive a necessidade de agradecer aos céus, aos deuses, o privilegio de ser lida por pessoas tão especiais que mesmo em meio a "loucura da cidade", pausam para me ouvir, para dividir comigo musicas, reflexões, poemas e angústias.
Obrigada Obrigada Obrigada....  Mto em breve postarei meu "presente".
...Que a musica, a poesia e a companhia não curem, mas que sempre possam ajudar a amenizar.
 Carpe Diem

Com direito à pseudonimos,
Ao meu Amigo e companheiro Rafael,
com carinho Cássia.... rs