Questão de pele... (minhas tatoos)

04 dezembro, 2012

Rebeca, aquela que une!


Rebeca, aquela que une, que liga.

Nunca um nome teve tanto significado p mim como esse. Digo isso sob vários aspectos.
A verdade é que hoje dia 04 de dezembro, faz exatamente seis dias, da noticia mais triste da minha vida. Embora nunca tivesse tido por prioridade conceber uma criança do próprio ventre, confesso que durante dois meses  me encontrei em estado de graça ao receber a noticia de que estava grávida, de uma menina.
Mesmo com todas as preocupações que insistiam pairar sobre minha cabeça, preferi crer que tudo daria certo, que aquela era uma oportunidade dos céus de um novo começo p mim.
Talvez nao um começo como eu esperava.
Estou escrevendo essa postagem, daqui da cama do hospital onde estou internada desde sábado para tentar  expelir um bebe de 25 semanas de parto normal. e foi o que aconteceu.
Não quero entrar em detalhes, pois esta sendo muito dolorido p mim, contudo digo com toda consciência de que por mais dolorido que esteja sendo  passar por isso, creio do fundo do meu coração que foi melhor assim!
Meu bebezinho estava comprometido por uma má formação no Sistema Nervoso Central desde a 4º semana de gestação.Como descobri a gravidez adiantada, o prognostico futuro do bebê nao seria nada bom.
Mas quero falar hoje do resgate de união, força, companheirismo e coragem que tenho vivido em meio a esse tempo.
Estamos acostumados a ler em livros de contos, de historias, finais felizes, mas a verdade é que não necessariamente é preciso chegarmos ao final das historias para sermos felizes.
Mesmo em meio a tanta dor e tristeza, tenho desfrutado da felicidade de ter um homem que decidiu estar e ficar ao meu lado a qualquer preço. sob qualquer condição.
Creio que nao valha a pena descrever os momentos que vivemos (William e eu) nessa ultima semana, das decisões que tivemos que tomar , nem tampouco dos planos que tivemos q refazer.
Mas o que quero e vou  compartilhar nesse meu espaço hoje, é o amor que tenho sentido por esse homem, e o quanto ele têm me surpreendido.
Quero agradece-lo pela força e coragem de estar ao meu lado me dando a mão nos momentos difíceis  limpando minhas lagrimas qdo elas insistiam em cair, e me fazendo sentir segura pelo simples fato de te-lo por perto.
Quero dizer hoje, com muito mais significado do que disse ha oito anos atras, o quanto o amo e o quanto quero encher sua vida de alegrias.
Quero estar junto de vc sempre, para lembrarmos desse tempo como uma experiencia q nos amadureceu como casal e nos uniu ainda mais, pois creio que Deus permitiu que a Rebeca viesse com esse proposito.     ( Espiritualizei demais não é? )
Você é o homem da minha vida. As coisas velhas se passaram e tudo se fez novo. Estamos juntos amor. Obrigada por em duas semanas me surpreender como homem, amigo, irmão e companheiro.
Gostaria de agradecer  aos céus pela vida da minha mãe  que alem de minha amiga sempre me conforta, me apoia e me abençoa, ao Dr Alex Sander José Miguel, profissional impar, que além de amigo de anos é alguem a quem admiramos, respeitamos e confiamos, gostaria também de agradecer a equipe de profissionais da Maternidade Mogi Dor, nem sei o que seria de mim  sem essas meninas.
Sigamos em frente.... Bons ventos para nós....



30 setembro, 2012

Ética Profissional... Cadê?


Hoje quero falar de um assunto que praticamente todos nós ja nos deparamos e  já nos aborrecemos. A falta de ética profissional. 
Esse tema abrange varias áreas em nossa sociedade, afinal mtos profissionais ocupam lugares sem muitas vezes a formação adequada para tal posto.
Isso se dá ha inúmeros fatores, como a má formação acadêmica, ou então com a má formação pessoal do cidadão. (Se é que me entendem!) rs
Ao meu ver, todo profissional deve incorporar em seu dia a dia aprendizagens que permitam o seu desenvolvimento ético e moral como pessoa, tanto em sua dimensão individual como social. 
Tenho certo comigo que profissionais que se restringem em enquadrar sua prática em modelos organizacionais  fechados e inflexíveis tendem a permanecer estagnados em seu progresso profissional e pessoal.
Tenho presenciado algumas posturas profissionais em meu cotidiano, que me fazem questionar a formação acadêmica e pessoal de alguns profissionais.
Para ser um pouco mais precisa, estou me referindo a profissionais da área da saúde.
Como muitos sabem, sou paciente de Esclerose Múltipla e conto com o auxílio pessoal e constante de alguns especialistas da área.
Sou grata aos céus pelos profissionais que pessoalmente me acompanham, meu neuro Dr. Victor Marçal Saab, meu psicólogo Dr. Rodrigo Martins e minha fisioterapeuta Any Brandão.
Me sinto privilegiada por poder contar com o profissionalismo prá lá de competente desses profissionais escritos com "P" maiúsculo.
No entanto, tenho ouvido relatos de companheiros de EM que me deixam boquiaberta com a falta de humanismo e tato terapeutico.
Realizei uma micro pesquisa que embasasse minhas críticas a esses profissionais que  sob meu foco têm deixado muito a desejar. Em síntese, de acordo com o código de ética dos profissionais da saúde, cabe  ressaltar que as questões éticas envolvendo a medicina já possuem um histórico, desde que os gregos, que influenciados pela Filosofia, e de forma mais enfática por Hipócrates,  já obedeciam a um código de etiqueta e comportamento para o médico, o qual descrevia condutas de aparência saudável, voltadas a promover a serenidade, autocontrole, compaixão e dedicação, objetividade, responsabilidade e compromisso com o bem-estar do doente.
Digo que minha pesquisa foi micro, pois me bastou ler esse conceito para que eu me encha de razão ao discordar de profissionais que apresentam  posturas resolutas em sustentar discursos do tipo: "não estudei para preencher papel" ou então, "me voluntário desde que preencha três papéis por dia e consulte dois pacientes no máximo".
Já presenciei por inúmeras vezes discursos como os apresentados acima, e ainda pior, quando os requisitados papeis são preenchidos, eles não relatam de fato a realidade dos pacientes. 
Pacientes esses que tal profissional insiste em fidelizar dentro de um ambiente institucional publico e voluntario,  que ao meu ver não deveria possuir vinculo senão para necessidades emergenciais. Afinal nao  estamos em um consultorio particular.
Isso muito me entristece, pois ja necessitei de auxilio emergencial e burocrático de profissionais rasos como esses e fui alertada   para que me preparasse, pois  o médico(a) poderia não estar num bom dia, e se assim fosse, eu teria que estar disposta a IMPLORAR pelo "favor" que viera pedir.

Me poupem né minha gente?
Precisamos mudar nossos conceitos sobre saúde pública!
Mais que isso, precisamos mudar nossas posturas enquanto pacientes.
Acredito que é de vital importância que os profissionais do futuro estejam aptos a dar soluções aos novos desafios que se apresentam na atenção à saúde da população. 
Quando  falo em ética, me refiro a uma sociedade mais justa onde a dignidade de todos seja respeitada, independente do valor da consulta, da nobreza do voluntariado profissional de duas horas por semana ou nos mais diversos espaços de atendimento à saúde.
Quando pontuo sobre ética profissional, pressuponho princípios éticos na prática diária dos profissionais onde os valores morais,culturais e sociais dos indivíduos sejam respeitados. 
Sou graduada e possuo nível superior concluído na área da educação e confesso que por inúmeras vezes me deparei com situações alheias à minha formação. No entanto, maior que minha graduação acadêmica está minha continua formação pessoal,  e como cidadã, tais situações exigiram de mim  uma postura humana e flexível.
Rogo que a "nobreza" do voluntariado venha acompanhada de uma boa dose de criticidade e politicas públicas,  pois devido a questões governamentais que se isentam dos papeis que lhes cabem, necessitamos da colaboração de especialistas nas mais diversas áreas.
Contudo ao meu ver, as ongs, as associações e as cooperativas ligadas à saúde e a assistência social necessitam  assumir  posturas mais firmes com relação ao "merecimento"  das honrarias que tais profissionais recebem dentro das entidades.
Para alcançarmos resultados eficazes, não podemos nos contentar com a bondade de míseras presenças relâmpagos semanalmente.
 Antes, precisamos obter resultados coesos com uma real parceria entre médico e paciente, entre missão da instituição e postura profissional, para que os resultados adquiridos ao longo do processo que os trabalhos vêm sendo desenvolvidos, sejam resultados satisfatórios e não ilusórios.
#PRONTOFALEI

07 setembro, 2012

As coisas valem mais que as pessoas?

As coisas valem mais que as pessoas. Não? Mas é o que parece!!!
Pois bem... é exatamente com essa situação que me deparei dia desses.
Após assistir a uma peça de teatro mto bacana, após horas de conversa com uma amiga (Cibele) vinda de Belo Horizonte para passar alguns dias na cidade. Me vi diante de um projeto de ser humano simplesmente nojento.
Exatamente isso. Nojento!
Quem me conhece sabe que a palavra nojo é algo que evito ao máximo em falar. Contudo, dessa vez foi inevitável.
Ao deixar minha amiga na casa onde ela estava hospedada, parei meu carro em frente ao portão automático enquanto ela apertava o interfone.
Ja era tarde, e eu decidi espera-la entrar.
Um carro paralelo ao meu, parou e acionou o portão.
O mesmo estava em lado oposto e via perfeitamente que a traseira do meu carro estava em frente ao portão.
Euzinha, nao me dei conta q a moçoila do carro ao lado estava prestes a entrar no condomínio. 
Como disse à minha amiga que a esperaria entrar, a porta do carro estava entre aberta.
Grande foi minha surpresa ao perceber que o portão automático estava forçando a traseira do meu carro.
A moçoila, bonita, loira e nojenta, nem se quer se deu o trabalho de abrir a boca deseducada para me avisar que iria entrar na garagem.
Eu fiquei passada, ao ver q ela simplesmente acionou o portão sem se importar com meu carro.
Abri meu vidro, olhei pra cara da criatura e disse: Nao acredito que vc abriu o portão sem ao menos esperar eu sair da frente! Vc bateu no meu carro!!!
A deseducada, e arrogante nem  se deu o trabalho de olhar pra minha cara. Apenas disse em voz alta que o azar era o meu, afinal eu havia parado em frente ao portão.
Fiquei sem reação! Engoli seco meia duzia de palavrões, e apenas exclamei: Vc é muito indelicada, que nojo de pessoa hein querida!!!
De fato,eu estava errada, pois parte do meu carro estava mesmo tomando espaço da entrada da garagem.
No entanto, isso não justifica a falta de tolerância da deselegante arranhar parte do meu carro, pela força do portão.
Claro que me aborreci com o estrago no carro. Mas confesso que o que mais me impressionou, foi a atitude de descaso daquela mulher.
Fico péssima, quando sinto asco por alguém. E essa criatura não mereceu sentimento além do asco e do desprezo.
Fiquei ainda mais surpresa qdo soube da procedência do projeto humano. 
É nora de uma pessoa pública aqui da cidade, evangélica que no mínimo deveria estar chegando do santo lugar , naquele momento.
Horas que ao meu ver não valeram de nada, pois saiu de la crua, de alma amarga e intolerante.
Fico pensando como as pessoas nao medem as palavras, não se colocam no lugar das outras pessoas, não se importam com a historia de vida que estão escrevendo.
Por puro auto controle e egocentrismo em preocupar-me com minha saúde, nem me dei ao trabalho de sair do carro. Só vi o estrago qdo cheguei em casa.
Juro que o arranhão, não me decepcionou mais que a falta de tato e o descaso daquela moça.
Vivemos num tempo em que a pressa, o valor à coisas materiais e a desvalorização das pessoas imperam.
Numa sociedade que não se preocupa com a coerência de se viver o que se professa.
Vivemos com olhares egoístas, sem se preocupar com a condição e com os sentimentos alheio.
Simplesmente lamentável.
Quanto ao meu carro ja esta prestes a passar pela funilaria. 
Quanto a essa moça, desejo do fundo do meu coração que ela possa viver de fato a fé que ela professa. E se ainda assim seu coração for tão inflexível ao ponto de nao fazer jus aquilo que prega, tornando horas do seu domingo, horas perdidas na igreja, que a vida lhe dê a oportunidade de aprender o significado de tolerância e humanismo.








12 agosto, 2012

E ele não está preso...

Lendo a revista Carta Capital de 27 de junho de 2012, não tive duvidas:Vou reproduzir no meu blogg os grandes feitos do "companheiro" Paulo Maluf, e expressar minha angustia de ser considerada extremista por alguns companheiros de luta, devido a manifestação do meu desapreço e intolerância com a polemica da tal aliança.
Passei por por tempos de glória e tempos difíceis, de grandes polemicas dentro do Partido dos Trabalhadores. Mesmo não sendo filiada, sempre ergui a bandeira com a fidelidade e o orgulho de quem veste a mesma camisa e foca nos mesmos propósitos.
Contudo, me desculpem. Não consigo digerir o caminho que o PT vem rumando. 
A essência têm se perdido ha algum tempo e receio que a militância cega faça com que pessoas de bem (e ainda existem muitas) passe por cima de valores morais em prol do partido.
Grandes nomes se debandaram, e hoje contamos com representantes sem muita historia para sua representação.
Não sou ingenua ao ponto de não compreender a importância das alianças, do fortalecimento que outras bases partidárias dão ao governo. Mas me diga, PAULO MALUF??? Ai ja é demais!!!!
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( ... ) Não faltam razões para condenar o acerto com Paulo Maluf. Conservador de Matizes antitrabalhistas, qdo governador biônico da ditadura, jamais hesitou em acionar a polícia para debelar manifestações e reprimir as greves do ABC paulista. Sobreviveu politicamente ao fim do regime autoritário, mas tem uma lista de malfeitos tão vasta em suas administrações que acabou incluído no hall da fama da corrupção do Banco Mundial. E há ainda as contribuições estéticas, para a feitura urbana de São Paulo, incluindo o famigerado Minhocão, oficialmente Elevado Costa e Silva, em homenagem ao ditador. Não satisfeito, ainda presenteou a esposa do general com um colar de diamantes.
O encontro e a foto foram exigências de Paulo Maluf. Um preço bastante elevado para garantira campanha de Haddad 1minuto e 45 segundos na televisão e no rádio. No vale tudo para derrotar Jose Serra e retirar o PSDB um dos seus redutos eleitorais mais fortes, o PT teria oferecido a Maluf um cargo no Ministério dos transportes, já controlado pelo PP, e a promessa da Secretaria da Habitação na prefeitura Paulistana.


E ELE NÃO ESTÁ PRESO...
Relembre a trajetória de Maluf, cria da ditadura, foragido da Interpole listado no hall da fama da corrupção mundial


  • 1967
É nomeado pela ditadura para assumir a presidência da Caixa Econômica Federal,



  • 1969
Torna-se prefeito de São Paulo por imposição do General Costa e Silva, a quem homenageou ao inaugurar o Minhocão, obra viária batizada com o nome do ditador. A obra degradou parte do centro da capital e hoje há um projeto para a sua demolição.



  • 1970
Após a conquista da Copa, presenteou cada jogador com um Fusca pago com recursos do município. Durante anos respondeu a processos pela farra com o dinheiro público, mas acabou absolvido pela justiça em 2006.



  • 1978
 É eleito governador de São Paulo como candidato oficial da Arena, partido da Ditadura, sem concorrentes.



  • 1979
Na absurda tentativa de explorar petróleo em SP, cria a estatal Paulipetro, por meio da assinatura de um contrato de risco com a Petrobras. O projeto fracassou e causou um rombo estimado em 200 milhões de dólares aos cofres federal e estadual. Os poços perfurados só seriam aproveitados, em parte, para a Sabesp captar e distribuir água em algumas cidades do interior.



  • 1979
Às vésperas da promulgação da Lei da Anistia, assina um decreto que regulariza a situação do imóvel onde funcionava o centro de torturas do DOI- Codi paulistano, nas imediações da Rua Tutoia. O prédio, na verdade, ja operava de forma clandestina desde 1969. Então prefeito de São Paulo, Maluf participou de reuniões que criaram a operação Bandeirantes, destinada à repressão.



  • 1980
Restrutura e coloca nas ruas a famigerada Rota, que logo assume papel de destaque na repressão politica. Também não hesita em acionar a Policia Militar para debelar manifestações de rua e reprimir as greves da ABC Paulista.



  • 1984
Conquista a indicação do PDS,herdeiro da Arena, para disputar a eleição indireta para a Presidência da República, a primeira após o fim da ditadura. Ao mesmo tempo, faz ferrenha oposição à campanha pelas Diretas Já. No ano seguinte, perde a corrida presidencial para Tancredo Neves.



  • 1986
Perde para Orestes Quércia as eleições para o Governo de São Paulo.



  • 1988
Disputa a prefeitura de Sp e perde para Luisa Erundina, então filiada ao PT.



  • 1989
No segundo turno das eleições presidenciais, declara apoio à Fernando Collor, que acabou derrotando Lula. Durante a Campanha, defendeu o endurecimento da pena a quem pratica estupro seguido de morte com a infeliz recomendação ao criminoso: "ESTUPRA, MAS NÃO MATA!"



  • 1990
É derrotado nas eleições para o governo de SP por Luiz Antonio Fleury Filho, do PMDB.



  • 1992
Vence a eleição para a prefeitura de São Paulo, derrotando Eduardo Suplicy do PT, no segundo turno.



  • 1996
Consegue eleger Celso Pitta como sucessor na  prefeitura.



  • 1998
É derrotado por Mário Covas, do PSDB, na disputa pelo governo paulista.



  • 2000
Volta a ser derrotado pelo PT na eleição pela prefeitura da capital, dessa vez por Marta Suplicy.



  • 2004
Perde novamente a disputa pela prefeitura paulista, dessa vez no primeiro turno. Na etapa seguinte apoia a petista Marta Suplicy, derrotada por José Serra (PSDB).



  • 2005
Passa 40 dias encarcerado na Sede da Polícia Federal de SP, juntamente com o filho Flávio Maluf, sob a acusação de crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha.



  • 2006
O STJ condena Maluf a pagar uma multa de 1,2 milhões de reais pela contratação irregular da TV Globo para cobrir a Maratona de São Paulo. No mesmo ano, a Justiça o acusa de ter uma vultosa conta no paraíso fiscal das ilhas Jersey e solicita um bloqueio de seus bens no exterior.



  • 2007
A Justiça dos Estados Unidos determina a prisão de Maluf pelos crimes de conspiração. auxílio na remessa de dinheiro ilegal para Nova York e desvio de dinheiro público em SP.



  • 2009
O Ministério Público de SP  pede a devolução de 300 milhões de reais em ação civil pública contra Maluf por superfaturamento de obras na época em que era prefeito de SP (1992-1996).



  • 2010
Tem o nome incluído na lista de procurados da Interpol, por solicitação dos Estados Unidos, juntamente com seu filho Flávio. Ambos podem ser presos em 181 países.



  • 2011
A Justiça da Suíça estende o bloqueio de 13 milhões de dólares depositados em uma conta atribuída a Maluf naquele país. Somados aos valores congelados nas Ilhas Jersey, Luxemburgo e França, o montante passa de 140 milhões de dólares.



  • 2012
Maluf é um dos quatro brasileiros citados pelo Banco Mundial em uma lista de 150 casos internacionais, apelidada de "hall da fama da corrupção". O projeto desenvolvido em parceria com a ONU, inclui casos e movimentações bancárias ilegais de ao menos 1 milhão de dólares.


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Pois bem companheiros, há como não considerar a posição de Luiza Erundina? Sejamos sinceros.
" O PT ficou cego com a preocupação de ter mais tempo na TV que Serra."






06 agosto, 2012

É que eu quero evitar a fadiga!

Outubro de 2011, Aeroporto Tancredo Neves, Belo Horizonte, Minas Gerais. Vôo marcado para as 20 horas. Olho no relógio 14:10hs. Não tenho duvidas: preciso adiantar meu vôo!
Sozinha, e nada disposta em passar mais seis horas após um final de semana exaustivo longe de casa, me dirijo ao guichê da companhia aerea pra saber se haveria como adiantar meu retorno à São Paulo.
Explico minha novela mexicana ao rapaz do check in , e recebo a boa noticia: Podemos sim adiantar seu vôo senhora. Temos uma aeronave de Buenos Aires que fara uma parada em Guarulhos no Aeroporto de Cumbica.
Maravilha!!! Pensei eu.
Contudo meu panico começou qdo o moçoilo disse que o tal voo sairia as 15 horas. Olho no relógio e vejo os ponteiros marcando 14:30hs.
Me apresso em dizer para o moço que não daria tempo de chegar ate la, pois o local de embarque ficaria mais ou menos para uma pessoa que ande depressa uns 20 minutos dali.  Mas que pra mim com meus passinhos eleganterrimos de quem anda a passear pela vida , seria praticamente impossível chegar no horário.
O moço insistente me garantiu que daria tempo sim, isso, se eu não parasse em lugar algum, e pegasse a escada rolante à direita, que ficava após a longa caminhada até o final do corredor esquerdo em frente ao  posto da policia federal! Aff! Cansei só de pensar!
Muito boba ( pois não insisti na minha realidade e necessidade) e focada em chegar mais cedo em casa, peguei minha bagagem de mão e saí decidida a chegar em tempo até o local de embarque.
Não demoraram 10 minutos pra minha primeira parada!
Precisava urgentemente fazer xixi, não tinha como não parar ali. Ou eu seguia em frente e arcaria com transtornos maiores (se é que me entendem) ou pararia e faria meu xixizinho em paz para daí então rumar ao avião.
Olho no relógio, faltam vinte minutos para o vôo sair. 
Olho para o percurso, vejo que ainda falta um bocado.
Olho para as minhas pernocas, e constato que elas estão cansaderrimas, e não merecem tamanho esforço depois de um final de semana de trabalho.
Não pensei duas vezes, preciso de uma cadeira de rodas!!!
Ao avistar o primeiro representante da companhia aérea com o uniforme da empresa que realizaria meu vôo, solicitei:
"Moço, por gentileza, sou paciente de Esclerose Múltipla, tenho mobilidade reduzida e estou prestes a perder meu vôo preciso de uma cadeira de rodas urgente, ou senão só sairei daqui as oito horas da noite."
O moço muito gentil, me explicou que eu deveria ter requisitado a cadeira no local de despache das malas, que naquele momento não haveria como me auxiliar.
Minha cara de boa moça, meu tom de voz doce e meu ar de pessoa simpática desapareceram naquele instante e eu disse: " Acho que você não esta me  entendendo, eu sou paciente de ESCLEROSE MÚLTIPLA, tenho MOBILIDADE REDUZIDA e avisei na hora de trocar meu vôo que não daria tempo, mas o rapaz insistiu, agora o senhor por favor me providencie uma cadeira de rodas porque eu NÃO VOU perder meu vôo."
Como num passe de mágicas, la estava eu, sentadinha de cabelos ao vento com um comissario lindíssimo me empurrando. kkkk
Enquanto o moço me empurrava, milhares de coisas passavam pela minha cabeça. Lá no aeroporto as pessoas não podem guiar sozinhas suas cadeiras qdo direcionadas ao avião, então, eu olhava pra mim naquela situação que nem sonhava viver e sentia um constrangimento enorme. 
Era um misto de vergonha, com a necessidade de estar ali. Minhas pernas de fato ja não tinham forças pra seguir, eu estava muito fadigada, com as pernas trêmulas, não havia motivos para não requerer algo que me era de direito.
Chegamos! 
O moço suando com o esforço de levar uma "bailarina" (fora de forma) apressadamente por aquelas rampas em zigue e zague! E eu, não sabendo como agradecer. 
Fui a ultima a entrar no avião, afinal, ele estava ali devido a uma parada.
Foram 1hora e 30 minutos de viagem. Sentia minhas pernocas descansadas voltando ao normal. Nada mais em mim tremia ou pulava de cansaço.
Dali a pouco ouvi que iriamos aterrizar. Uma comissaria muito simpática veio ate mim e  disse que eu seria a ultima a desembarcar, pois também era um procedimento da empresa que os cadeirantes fossem os ultimos a saírem das aeronaves.
Euzinha, descansada e cheia de animo em estar de volta à minha terrinha, me apressei em ficar em pé e disse: "Não, não minha querida! Ja estou legal, posso sair andando agora!"
O semblante da moça mudou instantaneamente. Parecia q ela queria arrancar a minha cabeça do pescoço! Com cara de não estou achando a menor graça, ela ficou durante segundos inerte olhando fulminantemente pra minha cara.
Seria uma pegadinha? 
Seria eu uma falsa cadeirante? 
Ou seria um milagre divino?
Não ousei fazer nenhuma gracinha, assim como não achei seguro dar muitas explicações.
Deixei para traz a cadeira que havia me levado ate o avião, juntamente com a moça que a segurava com  a maior "cara de taxo..."

As pessoas acham engraçado qdo conto essa historia, mas a verdade é que pude aprender algumas coisas com relação a mim mesma.
Tenho que estar muito ciente da minha realidade para que meu corpo não padeça. Se eu tivesse sido firme que não daria tempo, não sairia feito doida sem rumo, tensa me cansando e me estressando a toa pelo aeroporto.
Aprendi que independente de onde eu esteja, quando preciso ser firme em algo que é meu por direito, terei que ser firme e pronto. Nao me importando com  o que as pessoas irão pensar.  
Eu não estava bem naquele momento e necessitei da cadeira de rodas. Passado algum tempo voltei ao meu normal oras; quem há de argumentar uma necessidade exclusivamente minha?
Acredito que ainda atravessarei novos episódios não exatamente parecidos com esse. Mas com situações que exigirão de mim uma postura desprovida de preconceitos comigo mesma assim como o desapego para com as opiniões alheias.
Uma coisa digo com certeza,  cheguei às 17:30 h em São Paulo feliz da vida por estar descansada, por ter adiantado meu vôo e principalmente por ter me desprovido de algum preconceito que por ventura me fizesse ter uma atitude diferente da que tive.
É isso ai.... beijos beijos, até a próxima aventura!










05 agosto, 2012

Gerando a mim mesma

Esse mês de julho confesso que foi um mês bem difícil pra mim. Busquei arduamente mudanças que de fato me fizessem tomar um novo rumo. Com isso, meu físico acabou sendo afetado. (Os escleróticos sabem do que refiro).
Quem tem o habito de me ler, deve estar se perguntando? Essa garota vive em constante mutação!
Pois é exatamente isso! Não nasci pra ficar no mesmo lugar, tenho alma livre, espirito nômade qdo nos referimos a estar estagnados. 
Acredito que nossa vida é feita de ciclos. Alguns se findam, outros se arrastam, mas todos eles nos ensina muitas coisas. Só depende da nossa gana em querer aprender.
Contudo, esse novo ciclo q estou adentrando ( nós mulheres sabemos bem como é isso) é um ciclo diferente.
Estou a beira dos meus esperados 30 anos.  Me vejo como uma mulher que aos 26 anos realizou-se profissionalmente para que após o diagnostico de uma doença degenerativa (Esclerose Múltipla), buscasse outras prioridades.
Foi exatamente o que eu fiz. Abandonei emprego, me dediquei aos prazeres que devido ao cotidiano profissional não me dava o luxo de viver.
Viajei, conheci gente nova, rompi  com pessoas, com conceitos cristalizados, com tradições religiosas, sociais e morais. 
Uma espécie de ingressão a uma nova faculdade. A mais complexa de todas quando levada a sério: A VIDA.
Sei que para graduar-se nela, leva-se uma vida toda. Mas posso dizer hoje dia 05 de agosto de 2012 que estou concluindo um período.
Mas o que quero contar hoje de uma forma muito especial, e deixar aqui registrado essa experiencia, é sobre um ritual que participei que veio de maneira mto particular coroar esse ciclo que estou decidida a findar. Ou melhor, que ja findei.

Participei de um encontro realizado por mulheres que se chamou  O Sagrado Feminino.
Algo encantador, acolhedor, reflexivo e magico que me fez ao mesmo tempo parir e começar a gerar uma nova Dalila. Assim mesmo, ao contrario!
Foi uma experiencia muito particular e unica. Como a maioria daquelas que me proponho a viver. 
Foram momentos de entrega, encorajamento e renuncia que sem duvida ainda me fazem ter o gosto de um novo tempo, de novos conceitos com relação a beleza, a estética, a sexo, a figura da mulher  e de como nutrir tudo isso que nos envolve nessa atmosfera feminina tao cheia de cobranças e conceitos vãos, torpes.
Gostaria de agradecer especialmente à Rose Ponce  orientadora do evento ( se é q podemos chamar assim
) que com seu olhar penetrante e suas mãos acolhedoras fizera-me  lançar ali, naquela noite fria medos e conceitos que ha tempos pesavam em minha bagagem.

Agradecer a Deise Verreschi, que esteve todo tempo ali  de alguma forma ao meu lado.  Me dando segurança. Algo incrível sinto por nossa amizade, uma especie de irmandade sem explicação. Sinto que nao nos conhecemos, mas nos reencontramos e não canso de dizer como ela tem me abençoado  não só durante as aulas de yoga, mas com nossa amizade.
Por fim, minha amiga linda que amo demais, Maytê Penteado. Meus deuses como tenho sorte!
Uma mulher a quem admiro pela garra, beleza, voz e palhacices. Uma pessoa que os céus me deram a graça de reencontrar e  fazer parte da minha vida de um modo mto especial.
à vcs minhas queridas, dedico esse post, e por favor me desejem bons ventos pra agosto... 
Afinal as "dores do parto ja passaram"! kkk


07 julho, 2012

Gerando monstros

Não poderia deixar de expressar minha opinião sobre o que vem acontecendo numa pequena fração do mundinho gospel.
A cada situação que presencio, a cada leitura que faço de alguns homens de Deus, vejo o quanto a igreja é nos dias de hoje uma instituição falida.
Até aqueles que por determinado tempo me assentei para ouvir o que de relevante poderia sair da boca (de alguém que massacrado pela sociedade, pela mídia e pela "santarrice" dos pseudos santos, passou pela experiencia de ser julgado por suas atitudes), eu acabo chegando a conclusão que poucos merecem serem ouvidos, na verdade pouquíssimos  possuem de fato um olhar sensato, coeso e ético dentro do cristianismo institucional que nossa sociedade vive hoje.
Estou falando do " reverendo Caio Fabio", homem a quem muito admirei e acompanhei desde o auge de sua vida ministerial.
Aparentemente um homem inovador (embora  presbiteriano), que rompia tabus e que não se submetia ao sistema, se tornou um anônimo após decepções e contratempos pessoais que o excluíram do convívio do santo lugar.
Com uma uma ideia inovadora e fascinante do viver em comunhão, esse homem, tido por referencia nacional, fundou o chamado Caminho da Graça.
Confesso que a principio fiquei fascinada com a proposta de "igreja" vinda de um homem, que embora tivesse tido seus problemas e escândalos no mundo evangélico, saía dos apontares de dedos de modo integro e honesto.
Ahhhhh que decepção!!!
Que decepção presenciar, que ate em pessoas que você admirava e acreditava serem diferentes, de repente concluir que se tornaram produtos da empresa de Cristo.
Pessoas que como muitas, ao passarem pela igreja se tornaram amargas, demagogas, cheias de si, e detentoras da verdade.
Pense numa pessoa, que se acha na autoridade de um programinha de internet, chamado Papo de Graça, discursar e opinar sobre todo e qualquer assunto, seja referente a politica, sexo, religião ou vida alheia.
Vivemos numa democracia, e somos livres para expressar quaisquer opiniões sobre quaisquer assuntos. Concordo.
Isso, desde que pessoas não sejam massacradas e julgadas pela arrogância e prepotência de quem se acha o mestre, o sábio, o crivo de verdade de tudo e de todos.
Nojento!!! Isso que Caio Fabio se tornou!
Nojenta!!! Esse é o papel que a igreja devido aos seus lideres têm feito. Assumindo como característica mor da instituição de Cristo atualmente.
Líderes que vomitam sem pesar suas opiniões inúteis e destrutivas com  palavras "chulas" e termos maldizentes. 
Em nome de um moralismo hipócrita e santarrão, pessoas têm usado o nome de Deus para minar, destruir e matar a vida de outras pessoas sem um mísero conceito ético e moral.
Pessoas com feridas purulentas, ousam querer aconselhar e determinar caminhos para os demais sem olhar para suas próprias vidas e atitudes.
Fiquei enojada com o vídeo que postarei logo abaixo, tamanha falta de senso, falta de semancol, que o BUNDÃO (termo que o mesmo adora) do sabichão Caio Fabio se refere a dois homens que não são anônimos em nossa sociedade, sem a necessidade de papos engraçados, ambos são referencia de reflexão e visão de mundo: Ricardo Gondim e Rubem Alves.
Esses homens, ao meu ver, não têm a menor necessidade de fazerem pose de intelectuais ou de  se auto promoverem afim de se vangloriarem sobre a criticas feita à vida de terceiros.
Acredito que ainda existam homens usados (termo perfeito) por Deus, para propagarem Sua santa vontade. 
Contudo, não posso acreditar que uma pessoa que não apresenta o minimo de respeito por outrem, mereça tal reverência.
Pra mim, homens e mulheres como Caio Fábio, servem como um desfavor a igreja. Servem como homens bomba, que se dispõe em explodir, detonar através de suas próprias palavras o Evangelho de Cristo.
Destroem vidas, vomitam suas frustrações pessoais em nome de uma verdade que só existem em suas cabeças alienadas , auto suficientes e em seus "modelinhos" de igreja revelada para os últimos tempos.
Detestável!!!







30 junho, 2012

Chegadas e Partidas

Ha alguns dias não escrevo sobre minhas reflexões mirabolantes. Minhas aventuras insanas e minhas ousadias um tanto desmedidas.
Ontem estava vendo um programa na GNT chamado "Chegadas e Partidas" com Astrid Fontenelli.  
Desde a abertura do programa ate seu término eu viajei naquelas estorias de aeroportos. Na ansiedade, na espera nos encontros e reencontros de pessoas que por pura emoção estavam ali  a espera de alguém.
Recordei cenas ja vividas por mim mesma, e grande foi a minha surpresa quando gargalhei ao me  ver no contexto que recordava.
Existem coisas que acontecem na vida da gente como permissões pessoais que nos fazem provar pra nós mesmos que ainda somos capazes de algumas coisas.
Diante das minhas ponderações, comecei a conversar com o William sobre algumas ousadias que hoje olho para trás e simplesmente rio da bobagem e da falta de significância que determinados episódios têm hoje em minha vida, mas que na época foram cruciais.
Sinceramente, distanciando o olhar para algumas posturas que tive no inicio do meu diagnostico de Esclerose Múltipla, vejo que "usei" pessoas para provar pra mim mesma que descobertas, ousadias e recomeços ainda eram possíveis à uma esclerosada.
Claro que nao descarto as coisas que vivi, e que tenho carinho pelas  pessoas que de alguma forma fizeram parte da minha historia  naquele meu contexto de que SOU CAPAZ. 
Mas qdo olho pra tras, percebo o quanto eu fui impetuosa e porque não egoísta  em olhar a superficialidade de sentimentos que nutri por algumas pessoas que sinceramente  não fazem a menor diferença hoje pra mim. Pessoas que acreditei que estariam pra sempre em minha vida, mesmo  estando ciente que o pra sempre não existe!
No programa de ontem ouvi o relato de uma moça que estava ha quatro anos em Nova York à trabalho.  Se mudou pra lá após ter perdido um noivo com câncer no pulmão, as vésperas do casamento.
Sua família estava ansiosa a aguardando no aeroporto pois ela havia retornado ao Brasil a passeio e ficaria por alguns dias. 
Para a surpresa de todos, ela nao estava voltando sozinha, alem do marido, um italiano que havia conhecido nos Estados Unidos, estava também acompanhada do seu bebezinho de alguns meses de vida.
Ao ver o trajeto da vida daquela moça fiquei pensando que nossa vida é feita mesmo de chegadas e partidas.
Pessoas entram e saem das nossas vidas, deixando ou não estorias relevantes, engraçadas, tristes e porque não hilarias. Hoje com meu alto grau de desapego (GRAÇAS AOS DEUSES), analiso alguns distanciamentos e percebo que tais pessoas aconteceram em minha vida apenas porque precisavam acontecer naquele momento e nada mais, nada além.
Muitas vezes, episódios de tristezas, nos impulsiona a viver novos capítulos, que só mais tarde saberemos em qual gênero eles estarão classificados.
Pessoas que outrora imaginávamos que estariam "forever" em nossas vidas, vemos que alem de não fazerem a menor falta,  nos lembramos com o mero desejo de que sejam felizes como você esta sendo em coisas banais, situações cotidianas.
A vida é mesmo muito engraçada! 
E o desapego é mesmo o segredo para que tenhamos uma alma livre, sem cadeias, sem remorsos e sem pesares.
Desejo muito ainda viver inúmeras chegadas, que inevitavelmente acarretarão em outras tantas partidas.
Mas pra mim hoje o que  de fato importa são os aprendizados que cada viagem, cada parada e cada capitulo pode me ensinar. 
E que eu pude de fato aprender com pessoas que chegaram, ficaram ou se foram....








19 junho, 2012

Ja que o mundo ta girando....

Por muitos e muitos anos, tive resistência por aquilo que considerava não ser verdade absoluta pra mim. Independente de quais verdades fossem essas ( opção sexual, religião ou ideologia politica), eu acabava sendo inflexível as demais manifestações de saberes, conceitos e valores que diferissem dos meus, por motivos sociais, por conceitos que o clã onde pertencia considerar inadequado.
Foi assim com minhas concepções politicas, foi assim com relação aqueles que optavam por uma preferencia sexual fora dos padrões bíblicos, foi assim com relação a veracidade unica que o protestantismo sempre ostentou ter.
Eu estava no caminho, eu era a eleita, eu era a filha e não mera criatura.
Confesso que por muito tempo isso me bastou. De modo superficial e sem reflexão, me convinha estar ali. Afinal eu era escolhida.
Mas que tipo de escolha era essa que me fazia ter privilégios, que me permitia errar e sempre ser perdoada desde que eu fingisse ter, ou de fato tivesse um coração quebrantado?
Erros e mais erros, situações e mais situações de cunho moral começaram a chamar minha atenção pra as incoerências e injustiças daqueles q diziam amar ao próximo como a si mesmos, daqueles q diziam ser os escolhidos e eleitos.
Minha vida, de repente , foi tomada por discursos que privilegiavam e enalteciam o individualismo e o egocentrismo em nome de Deus.
Honra, excelência, prosperidade e ate´nobreza começaram a fazer parte de discursos diários, chavões de  fé de quem apenas possui direitos que como filho podem reivindicar do próprio Pai.
Honras começaram a ser dadas ao homem, enquanto Deus, assumia um papel de servo. Alguém que tinha que cumprir a vontade humana, pois era assim  que a humanidade poderia contemplar a gloria e a excelência.
Por motivos culturais e tradicionais que tive ao longo da minha criação, tenho algumas resistências (ainda) em romper com questoes que foram cunhadas na minha mente ao longo dos anos.
Graças aos ceus, posso me considerar uma pessoa flexível que nao se detém nos preconceitos nem tampouco na covardia de se buscar e levantar bandeiras que se acredita.
Hoje falo para os quatro ventos, que sou orgulhosa por ter em minha vida um sobrinho gay, assim como dois amigos que estão sempre prontos qdo eu preciso. Sem a presença forçada do convívio, eu sei que posso estar c eles sempre que o meu coração desejar, e que nenhum deles me julgará por minhas decisões, antes vao me amar e me apoiar independente de quais sejam as minhas escolhas. 
Isso não quer dizer q eles sempre concordarão comigo. Antes, quer dizer que o amor ao invisível , nao sobrepõe o amor ao próximo, isso quer dizer q a pratica é coerente ao discurso, e que jamais eles diriam que me amam ou me chamariam de irmã, amada ou querida só para cumprir um protocolo. 
Posso hoje tambem, levantar minhas bandeiras livremente, declarar questões polemicas como o aborto, o uso de celulas tronco, a legalização da maconha e o apoio a comunidade LGBT , sem receio de ser tida como pecadora ou incoerente naquilo que professo.
Ironia não?
Ações incoerentes sendo apontadas e julgadas pelos próprios senhores da incoerência!
Ha pouco, numa conversa, fiquei sabendo de alguns acontecimentos na casa dos santos. dos eleitos. Normalmente nao quero nem ter noticias, quero ser fiel ao sentimento que habita meu coração . A apatia.
Meus deuses, são situações de ar asco. E ao mesmo tempo que sinto nojo sinto-me feliz por não pertencer mais ao  mesmo clã, por nao comer mais da mesma mesa, tanto em nivel físico como espiritual.
Humildes sendo enganados, símplices sendo coagidos, indiretinhas em redes sociais, auto louvação em nome de Deus.
Aff...
Mas uma das minhas maiores rupturas, aconteceu ontem, dia 18 de junho de 2012. Tenho tido o privilegio de contar com uma amiga que tem me abençoado de uma maneira sobrenatural. Alguem a quem respeito e tenho um amor de graça, um respeito pelo profissionalismo e um carinho q só pode ser algo divino.
Uma pessoa que nao ostenta uma vida de aparência, nem tampouco mostra aquilo que nao é. Tem coração de menina e a garra de um gigante. Que tem "zoios" transparentes e não consegue esconder o que pensa, o que sente.
Minha amiga Deise, tem me ensinado que  bem alem de toda vaidade, que bem alem de toda agitação do dia a dia, devemos nos centrar em nos mesmos. Devemos ser conscientes e insistentes naquilo que sabemos q é o melhor para nós.
Ontem me vi diante de uma entidade, recebendo conselhos e explicações sobre os acontecimentos da vida.
Sem reservas, sem preconceitos, sem pesares, estava eu ali, do lado extremo de tudo que sempre preguei e marginalizei.
Parecia uma criança, ansiosa, contente e completamente ignorante olhando pra minha amiga, pedindo para que ela me dissesse como me comportar diante de tudo aquilo.
Sai com um contentamento sobrenatural. Não pelo rito, mas pelo passo de me dispor, de me abrir, de receber o abraço do paizinho e poder dize-lo q eu estava feliz de estar ali, feliz por mim mesma, feliz pela flexibilidade e curiosidade que me permitiram me despojar de conceitos antigos para conhecer algo ate entao desconhecido.
Como ja disse, nao desejo mais professar nenhum tipo de religião. Tenho encontrado na yoga, o encontro com o deus q ha em mim, reconhecendo o deus em cada ser vivo que me cerca.
Contudo, nao poderia deixar de compartilhar nesse meu espaço essa minha mais nova experiencia. 
Agradeço aos céus pela sabedoria das pessoas que estão a minha volta , pessoas que de fato me importo e quero bem. Pessoas que me amam incondicionalmente, que  não me julgam, que me ouvem, e que ainda que estejam surpresas, escutam atentas minhas experiencias mirabolantes.
Se ha algo para agradecer nesse tempo, quero agradecer pelo modo com que Deus, tem trabalhado no meu coração, me fazendo ser quem sempre almejei. Ainda que com todas as dificuldades encontradas no meio do caminho, sei que meu coração tem atingido degraus de sabedoria e harmonia, comigo mesma, com o divino, e com os outros.
Quero ser desprovida de religiosidades, quero ser aberta para o novo, quero receber o bem, pra poder de fato fazer o bem. Independente de quem atravessar meu caminho.

PS: Favor xiitas regiliosos de verdades absolutas... nao percam tempo comentando meu post, pois comentários preconceituosos, ou de julgamento de cunho eterno nao serão bem vindos!!!
Bjs Carpe Diem







06 junho, 2012

O fantasma da Esclerose Múltipla agora tem cara!!!

Veja só... agora o fantasma da Esclerose Múltipla tem cara! Que babaquice!
Sinto que graças aos céus estou entrando numa nova fase dessa minha vida de esclerótica. Muitas mudanças têm acontecido  moldando algumas visões que ha três anos vinha tendo, tenho mudado o foco de outras assim como adquirindo novas atitudes diante dessa "minha nada mole vida!"
Novas prioridades, novos desafios, novos projetos. Não esta sendo nada fácil pra mim lutar contra minhas tendências pessimistas, meu racionalismo cinza e minha inflexibilidade em optar pelo sol adentrando pelas janelas da sala escura.
Claro que não estou fazendo isso sozinha. Tenho contado com a ajuda de três profissionais que alem de admira-los têm me desnudado a alma.
(Não poderia deixar de cita-los aqui: Deise Verreschi, minha amiga e instrutora de Yoga que me abençoa grandemente a cada encontro, Any Brandão, minha fisioterapeuta carrasca que tenho um carinho imenso e que nunca me deixa cair no meu buraco imaginário, e meu psicólogo Dr. Rodrigo Martins, que eu odeio mas no fundo se tornou pra mim meu espelho da verdade, alem de insubstituível nesse tempo).
Decidi escrever o post de hoje para compartilhar com vocês leitores sobre um vídeo de uma campanha internacional de Esclerose Múltipla que eu detestei. Aliás , mais um ne? Lembram-se do poema triste de dar depressão? Vou refrescar a memoria.
Em contrapartida ao poema, vi o  vídeo de hoje com tamanha ironia, deboche além de fatídico demais pro meu gosto!
Em ambos os videos, consigo visualizar a agonia real de ser um paciente com uma doença rara, degenerativa e sem cura. Contudo, (essa é uma visão totalmente pessoal) achei ambos os videos de um mal gosto extraordinário! rs
Falo sem rodeios que muitas angustias apresentadas pela moçoila do vídeo também permeiam meu dia a dia. Mas minha busca por "abrir a janela e deixar o sol entrar" tem me feito  olhar tudo sob uma nova perspectiva. 
Semana passada, comentava com meu terapeuta que me sinto como se trocasse de papel com a EM. Antes eu era a sombra dela, agora tenho sentido que trocamos de papel. Embora saiba que não posso nega-la, não preciso necessariamente  dá-la a ênfase de ser a protagonista da minha historia, enquanto eu seguia como a coadjuvante.
Mas voltando ao tema do vídeo,  sei que a mulher durante a gestação fica menos propícia a surtos devido aos hormônios que a acaba protegendo de novas inflamações, com isso o tal fantasma da EM acaba se ausentando na maioria das vezes. Sei também que ele pode voltar a dar as caras assim que a paciente der a luz ao bebê devido a baixa de imunidade apos o parto. No entanto, por mais penoso que isso seja, E EU SEI QUE É, não acho ético, nem tampouco construtivo esse "terrorismo hilário" a essa angústia que nós mulheres com Esclerose Múltipla enfrentamos no nosso dia a dia.
Sei que muitos leitores não concordarão com minha visão, afinal o assunto esta sendo tratado com um baita teor humorístico .
Ainda assim, quero deixar aqui minha desaprovação ao vídeo. Tenho certeza que grandes laboratórios podem tratar o assunto de forma real, porém madura e otimista.
 Gostaria que tanto os esclerosados e escleróticos, quanto os demais leitores deixassem sua opinião. Quem sabe  meu olhar esta sendo extremista e critico demais ao assunto.
Bjos Carpe Diem.... <3
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Pra quem não se lembra aqui esta o outro vídeo que odiei assistir.  

PS: NA lateral direita do blogg, você poderá encontrar um vídeo lindíssimo e realista sobre as varias faces da EM. "BEAUTIFUL DAY"



01 junho, 2012

Eu suei...


Eu suei....

Primeiro foi um frio na barriga,
Uma misto de expectativa, vontade e medo.
Esperei exatamente duas longas semana para esse encontro.
Olhei pro relógio, 17horas. Preciso me arrumar. Nosso combinado ficou pras 18 horas.
Não quero chegar atrasada, pois sei q me espera ansiosamente ha exatamente duas semanas também.
Fiquei um pouco tímida, sem jeito, pois ha anos não me via assim, diante de algo tao ousado.
Uma amiga, que ja havia experimentado, disse q a sensação foi maravilhosa. Que se sentiu livre, a vontade e que eu deveria sim me lançar. Disse que pra ela a experiencia foi única.
Isso me encheu de coragem, mas ao mesmo tempo vieram os questionamentos:
Mas se tiver gente olhando?
E se eu travar na hora "H"?
E se eu gritar, rir, resmungar alem do previsto?
Quero muito, mas estou um tanto insegura.
Pensei em milhões de coisas enquanto mexia em meu porta-joias pra escolher um brinco adequado a ocasião. 
Não queria nada q me atrapalhasse, nem q fosse lançado dependendo do impacto dos movimentos.
Pensei, pensei e fui....
O caminho nunca me pareceu tao longo. Me senti uma adolescente diante do que estava pra viver, provar e sentir...
Logo do corredor ja avistei, estava lá no meio da sala.
Fiquei tensa, nao consigo sequer me lembrar se estava de preto ou de azul.
Nos olhamos, como se nada fosse preciso dizer.
Tirei meu tênis, e subi com delicadeza, para que ambos sentíssemos seguros para desfrutarmos daquele momento.   
Mas não teve jeito, depois de alguns suspiros , resmungos e sorrisinhos sem graça percebi que por mais confiante e preparada que estivesse, tive q gritar: 
"Anyyyyyyyyy não me soltaaaaaaa!!!! Não vou conseguir pular nessa cama elástica!!!!!!"
O surpreendente é que consegui, sobrevivi e estou euzinha aqui pra contar essa experiencia. 
Gostaria como num discurso Hollywoodiano  agradecer a minha querida fisioterapeuta Any Brandão,  que embora seja uma carrasca, tem um papel fundamental em minha vida esclerótica.
Agradecer também, minha amiga esclerosada Melzinha,que provou das emoções antes de mim, que me encorajou e  sempre compartilha comigo suas  peripécias de uma forma divertida e descontraída, mesmo qdo o lance é serio pra cacete.
E claro, a CAMA ELÁSTICA, pois sem ela nada disso seria  possível.....kkkkkkkk
PS: As ginastas que se cuidem... pois meu saltos sao de quase tocar o teto!!! Diz ae Any! kkkkkkkkkkkkkkkk
Bjs à todos !

13 maio, 2012

Procura-se um namorado



Navegando por entre alguns sites de noticias, encontrei  na primeira página do yahoo, uma matéria sobre uma moça de 24 anos, arquiteta chamada Camilla, que estaria a procura de um namorado "sério" através da internet. 
Resolvida e disposta a dar outro rumo à sua vida amorosa, resolveu criar um blogg para quem sabe selecionar um pretendente ao gosto de suas exigências!
A principio achei uma grande bobagem, pois tenho certeza que essa ideia se iniciou de uma grande brincadeira entre amigos.
Ao visitar seu blogg e ver seu vídeo de apresentação, comecei a refletir o quanto algumas pessoas se expõem gratuitamente  sem mensurar as "consequências" que isso pode trazer a sua vida pessoal.
Assuntos como esse (na minha insignificante opinião)  são mto pessoais  e especiais para serem tratados como uma banalidade entre amigos, expostas numa rede social.
Sou muito convicta que internet é terra de ninguém , por isso tudo se torna muito mais complicado de encontrarmos "culpados" para algumas posturas.
A poucos dias,  presenciamos em diversos sites, revistas e outras mídias sobre o caso das fotos pessoais e intimas da atriz Carolina Dickeman.  
Existem algumas coisas que sinceramente não me cabem ao entendimento. As pessoas estão se expondo cada vez mais, sem criar a hipótese de que qdo nos expomos, perdemos o controle da proporção que nossas próprias permissões podem causar.
Antes de pensarem que não acredito em relacionamentos que se iniciam  através da internet , ou de redes sociais, quero deixar claro e cristalino que não é verdade.  Espero mesmo que a tal moçoila tenha êxito em sua busca por um namorado serio, distinto e de boa familia como a mesma menciona em seu site.
Contudo, achei de uma relevância imensa, o comentário de um rapaz que postou comentando a apresentação no site da arquiteta. Acredito que deveríamos refletir sobre seus apontamentos.
Antes de postar o trecho da analise do rapaz, mostrarei o video da Camila.  Se a ajudarei ou não abrindo mais um veiculo de divulgação para sua busca, nao sei!!! rsrs
Mas aqui esta:

"É interessante perceber como, atualmente, a maioria das pessoas tem uma grande dificuldade para lidar com as consequências de suas escolhas. Sim, vivemos uma concreta crise no senso de responsabilidade, em que muito se escolhe e pouco se quer arcar com as consequências do que se escolhe.
É notória a necessidade manifestada por muitos de, consciente ou inconscientemente, sempre procurar culpados para justificar os próprios sofrimentos, não aceitando que estes, muitas vezes, são diretas consequências das más escolhas que nós fizemos em nossa trajetória pela vida.
É muito mais fácil culpar a alguém por nossos infortúnios – principalmente a Deus –, contudo, ancorado em tal prática o coração nunca poderá verdadeiramente crescer, pois ficará encarcerado em um imaturo – e infantil – sistema de autodefesa e justificação, que retirará do ser toda a responsabilidade pelas escolhas realizadas, fazendo-o descarregar sobre os outros as suas consequências.
Precisamos, mais do que nunca, aprender a arcar com as consequências de nossas escolhas, sabendo que somos os reais protagonistas de nossa existência e que esta só poderá acontecer com qualidade, se por ela (qualidade) decidirmos em cada fragmento que compõe o nosso todo.
Faz-se real em nosso tempo a necessidade de fortalecer a própria vontade. Sim, de resgatar a capacidade de escolher com clareza, tendo diante de si a consciência concreta das consequências do que se escolhe. Nossa vontade precisa ser forte, pois só assim ela poderá acontecer com liberdade e segurança, sem ser condicionada por vícios e más paixões que a deixem opaca e fragmentada.
A maturidade só poderá fazer-se presença na história de quem tiver honestidade o bastante para lidar com as reais consequências do que escolheu, pois, ao contrário, a infantilidade será uma contínua companheira que fará o olhar – sempre e em tudo – contemplar a vida sob uma ótica imprecisa e autopiedosa.
Diante disso, acredito que os pais precisam permitir aos filhos enfrentarem todos os sofrimentos causados por suas más escolhas, pois, se os ausentarem disso, eles nunca conseguirão crescer e acabarão aprisionados a uma intensa imaturidade: mimados e sem uma reta consciência das consequências daquilo que na vida eles realizaram o ofício de escolher.
Sentir o peso das próprias escolhas é profundamente pedagógico e formativo para toda e qualquer pessoa, é experiência que nos faz mais autônomos e livres, para assim podermos nos construir com responsabilidade e consciência, como autênticos seres humanos.
É extremamente necessária esta compreensão: Muito em nossa história dependerá de Deus e dos outros, contudo, muito também depende somente de nós e das escolhas que fizermos e, culpar os outros pelo que em nossa vida não é tão bom não eliminará definitivamente as dores e problemas que configuram nossos dias.
Enfrentemos nossa história e suas consequências sem medo, e, aprendamos com os erros passados a verdadeiramente construir as vitórias e realizações que o futuro reserva para cada um de nós."

06 maio, 2012

Marcha das Vadias


Ainda refletindo para uma coesa opinião pessoal , não sobre a relevância, mas sim sobre a maneira com que tais mulheres reivindicam seu espaço na sociedade. Não quero estabelecer (ainda) opiniões próprias sobre tal assunto. Tenho pesquisado e me informado sobre a historia desse movimento, antes de abraçar mais essa causa.Contudo, abro meu blogg, para que seja mais um veiculo de propagação e de informação sobre esse manifesto. Que possamos nos abster de preconceitos e moralismos culturais ou religiosos, para analisarmos de fato a importância (ou não) desta marcha.
De modo bem sucinto, aqui esta um pouquinho da origem desse manifesto, assim como algumas fotos da um tanto polêmica: Marcha das Vadias.


A Marcha das Vadias ou Marcha das Vagabundas (em inglês: slutwalk) iniciou-se em 3 de abril de 2011 em Toronto no Canadá e desde então tornou-se um movimento internacional realizado por diversas pessoas em todo o mundo.A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido as suas vestimentas. As mulheres durante a marcha usam roupas provocantes: como blusinhas transparentes, lingerie, saias, salto alto ou apenas o sutiã.
Em janeiro de 2011, ocorreram diversos casos de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto. Dai então o policial Michael Sanguinetti fez uma observação para que "as mulheres evitassem se vestirem como putas, para não serem vítimas".
O primeiro protesto levou 3000 pessoas às ruas de Toronto.
Já ocorreu em Toronto, Los Angeles e Chicago, Buenos Aires e Amsterdã,dentre outros lugares.
No Brasil já ocorreu em São Paulo, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Pelotas entre outras.
A primeira Marcha das Vadias no Brasil ocorreu em São Paulo em 4 de junho de 2011, organizada pela publicitária curitibana Madô Lopez. 
Após o anúncio do evento com a criação de uma página no Facebook, mais de 6000 pessoas confirmaram presença no evento. No entanto, diferentemente das versões em outros países, somente cerca de 300 pessoas compareceram, de acordo com a contagem da Polícia Militar.
Neste mesmo ano iniciou-se a manifestação no Recife e Brasília. 

De acordo com a antropóloga Julia Zamboni, o movimento é feito por feministas que buscam a igualdade de gênero. “Ser chamada de vadia é uma condição machista. Os homens dizem que a gente é vadia quando dizemos 'sim' para eles e também quando dizemos 'não'”, afirmou.“A gente é vadia porque a gente é livre”, destacou.
No Brasil, a marcha também chama atenção para o número de estupros ocorridos no país. Por ano, cerca de 15 mil mulheres são estupradas.







Na vés­pera da mar­cha bra­si­leira, em entre­vista à Revista O Grito!, Solange De-Ré con­tou sobre suas ideias e, claro, sobre a Marcha das Vadias.


“Vadia” não é uma pala­vra muito forte?
É. Mas que­ría­mos tra­du­zir a SlutWalk para o por­tu­guês. Quisemos ir a fundo no sen­tido e uti­li­zar a pala­vra que mais tinha a ver com o nosso idi­oma e repre­sen­tava o que mui­tos bra­si­lei­ros acham das mulhe­res que se ves­tem de forma mais pro­vo­cante: umas vaga­bun­das acéfalas.




Quais as prin­ci­pais ideias que a Marcha defende?


Defende que a mulher, inde­pen­dente de como se veste, merece res­peito. Devemos aca­bar com essa cul­tura da vio­lên­cia à mulher, da culpa pelo estu­pro. E tam­bém a opres­são. As pes­soas ficam ini­bindo as outras por causa do pre­con­ceito. Se, por exem­plo, uma guria usa um ves­tido mais colado e a outra já sente ciúme do namo­rado e chama de vadia. Temos de repen­sar isso. Reconsiderar os nos­sos jul­ga­men­tos, até para mudar nossa pos­tura. Só temos de res­pei­tar, aí, o limite do aten­tado ao pudor [risos].


Como você defi­ni­ria a Marcha das Vadias?
Não é rea­lity show nem car­na­val. Organizamos a mar­cha para deba­ter o machismo que atinge a soci­e­dade bra­si­leira e algo por qual toda mulher bra­si­leira já pas­sou: uma piada ou o pre­con­ceito por mos­trar mais do seu corpo. Não é como no Canadá, em que o poli­cial foi lá e disse o con­ceito de mulher estu­prá­vel. Aqui esses con­cei­tos acon­te­cem todo dia, den­tro da nossa cabeça. Nós [as orga­ni­za­do­ras] já dis­cu­tía­mos essas ques­tões, pois sofre­mos com dis­cri­mi­na­ção com as nos­sas rou­pas desde sem­pre. A Marcha foi uma opor­tu­ni­dade de colo­car no mundo o que con­ver­sa­mos entre nós. Quando uma mulher usa uma roupa mais colada, vêm logo os comen­tá­rios, e isso acon­tece muito, todo dia. Até parece que é a roupa que faz o estu­pro. Não é assim. O estu­pro vem da psi­co­lo­gia do estu­pra­dor. Independente da roupa, ele quer ver a mulher humi­lhada, sen­tindo dor e horror.
Você acha que a Marcha ape­nas pegou carona na onda de outras mani­fes­ta­ções?
Acredito que ela veio pela von­tade de levan­tar poeira, pela neces­si­dade de ir à rua. Nossas ori­gens [os três são do Sul] tam­bém con­tam muito. Vemos mui­tos exem­plos legais na his­tó­ria da nossa região. Acho que temos essa garra de lutar pelo que não con­cor­da­mos e pelo que está errado. Minha esta­dia recente no Chile tam­bém influ­en­ciou muito a criar o movi­mento. Lá, eles vão para a rua pro­tes­tar, nem que sejam 20 pes­soas. Não é à toa que tem a cidade limpa e bem menos cor­rup­ção — e eles se orgu­lham disso. Aqui, a Marcha das Vadias veio para falar de como os homens enxer­gam as mulhe­res, e de como as mulhe­res enxer­gam as pró­prias mulhe­res: com machismo e muito preconceito.


Existe algum caso que você des­ta­que aqui no Brasil ou um exem­plo mais pes­soal de machismo?
O caso Geisy é o mais mar­cante no Brasil. Até per­gun­ta­ram se essa mar­cha não tem a ver com ela, mas não. Até seria legal se ela par­ti­ci­passe, pois a Geisy pas­sou exa­ta­mente por isso. Fizeram todo aquele movi­mento por um ves­tido curto na facul­dade. De caso mais pes­soal, vemos exem­plos todos os dias. Eu des­ta­ca­ria uma vez em que um cara deu uma inves­tida pesada em mim. Sou escri­tora, blo­gueira, atriz e já posei nua. Justamente por eu ser cabeça aberta e ter mos­trado o corpo ele for­çou a barra, dizendo que só por­que eu me expus eu deve­ria dar para ele. Também posso citar minha pró­pria famí­lia: o tra­ta­mento da mulher é dife­rente. Fui cri­ada no Paraguai, onde nasci, tenho pais de cabeça aberta que cri­a­ram minhas duas irmãs e os meus três irmãos. E ima­gina, até nela tinham dife­ren­ças de tra­ta­mento. Os meni­nos tinham mais liber­dade que as meni­nas. Mamãe dizia que a mulher devia se con­ter mais e pare­cer qua­li­fi­cada, mesmo que os homens que arru­más­se­mos não fos­sem tão “qua­li­fi­ca­dos” assim.


O que seria ser qua­li­fi­cada? O oposto da vadia?
Ser vir­gem, ser com­por­tada. É aquela regra que cos­tu­ma­mos brin­car, a regra de três. Você tem que dizer que só ficou com três caras na vida: o pri­meiro foi um namo­rado de mui­tos anos, com quem foi quase casada; o segundo foi um cafa­jeste e o ter­ceiro foi aquele para quem você está conhe­cendo agora.


Vocês rece­be­ram muito apoio? E crí­ti­cas?
Até agora, temos rece­bido mais crí­ti­cas posi­ti­vas que nega­ti­vas. Mas um pro­testo assim vai ser mal rece­bido entre os libe­rais e mais ainda por con­ser­va­do­res. Para mim, feio mesmo é a cor­rup­ção, as coi­sas do nosso país que não fun­ci­o­nam. Não se mos­trar e pro­tes­tar nas ruas.


Uma dúvida que mui­tos colo­ca­ram no Facebook é “com que roupa eu vou?”. Alguém che­gou a dizer que vai nu ou algo do tipo?
Teve gente que disse que vai na Marcha de rou­pão, para abrir lá. Assim é demais. O Brasil gosta de levar as coi­sas com humor, o que é bom, mas temos a ten­dên­cia de tudo virar car­na­val. E essa mar­cha não é um cabaré ou uma piada do Casseta & Planeta. É uma mani­fes­ta­ção polí­tica que tem sig­ni­fi­cado. Vivemos em uma Hollywood Tupiniquim, onde apa­re­cer e tornar-se artista é melhor do que fazer alguma coisa que traga mudan­ças. Salvo algu­mas exce­ções, a mai­o­ria das pes­soas pre­fere apa­re­cer a agir de forma política. Eu, por exem­plo, ia de cami­seta, pen­sei em várias fan­ta­sias… mas eu deci­dir ir mesmo é de Solange. Roupa curta, decote, coladinha.


Entrevista feita aqui em julho de 2011.




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