Questão de pele... (minhas tatoos)

12 agosto, 2013

Devaneios junguianos ...

Andamos por aí realmente tentando nos encontrar... 
Isso  não é uma mera busca, mas algo que  nos motiva a caminhar, a nos conhecer, a entender mais de nós mesmos e do outro.
O que sou? Como funciono? Quais são as características que me tornam peculiar?

No fundo todos nós queremos saber quem somos de fato.
 Quem não busca a si mesmo não sente-se “pertencer” ao todo, ao cosmo, ao eterno.
 Nesta busca pelo graal da alma, a vida nos leva as mais diversas situações e acasos. Todas estas situações e circunstancias nos ensinam e por vezes somos levados por elas sem nenhuma possibilidade de relutar contra os seu processo, como um barquinho impelido por uma enorme tempestade de ventos. 
Não, isto não é fatalismo, é apenas a consciência que o “todo” é um constante vir a ser, que segue seus ciclos de desenvolvimentos e expansão indissolúveis, independente de nossa força de querer evita-la.

Mas calma, a vida não somente uma coisa sem sentido que não podemos controlar seu fluir, por alguns momentos ela nos faz sentir a energia do seu pulsar em nossas pobres almas. 
São fagulhas apenas, mas podem dar a alma um êxtase de transcendentalidade que nos faz contemplar a beleza ímpar da eternidade, do eterno vir a ser, da morte- vida- morte.

Há aquelas sensações de prazer, de delicias, de  querer viver, arrebatamento para uma esfera onde versam só os corações que se descobrem um ao outro em um leve balancear de uma brisa soprada pelos deuses, e neste grau de desenvolvimento de consciência cósmica é sempre bom ter a companhia de uma boa alma andarilha, que percorre o mesmo caminho, mas com propósitos diferentes e peculiares.

Este “olhar para si mesmo”, para dentro de “si”, contemplando o “outro”, ao mesmo tempo em que também se descobre não no sentido narcisista do termo, mas no sentido de descer para o mais fundo de si mesmo para descobrir o que há dentro deste local   capaz de nos oferecer a possibilidade de  se sentir “viver”, de onde provem uma energia que sempre nos convence que isto é real, que a vida é pra já, é esta consciência da integração entre a nossa existência e da eternidade do universo, do seu ritmo constante de expansão, impossível de impedido, independente de nós, humanos, a vida já tem seu próprio ritmo, ela não depende do humano para seguir seu curso, e de nosso envolvimento com tudo este ritmo, saber a “parte que nos cabe neste latifúndio”.

Em alguns caos de encontros entre estes tais andarilhos, ou passageiros, ou navegantes, destes descobridores de si mesmos,  quando eles  tem um elevado grau de afinidades, de gostos, de repúdios, de filosofias, acontece um explodir de fome de vida, da afirmação da vida.
São estes tais “piscar de luzes” de prazer em se sentir vivo, de se sentir integrado ao todo, que faz a nossa jornada e o nós, andarilhos, nos sentirmos como uma só coisa. Nós somos o caminho. O caminho está em nós mesmos. Mas só podemos nos descobrir através do outro, o “outrem” é nossa referencia para sabermos a nossa localização, se estamos indo pelo caminho certo, é no outro que nós nos vemos. Somos uma bolinha de sabão que existe por um brevíssimo tempo apenas com sua leveza e cores, e que depois estoura e não se pode ser mais aquilo que se foi. “Como uma onda no mar”.

Nós  nunca estamos sozinhos nesta jornada. Nossos propósitos são peculiares e comuns ao mesmo tempo, mas além disto a simples presença de estar juntos é responsável por muitas vezes em nos levar ao estado de se sentir seguro, protegido. 
Estamos  continuamente em um estado de confidencias e descobertas, nada disto é programado, ou linear...
Como a esfinge, a vida cotidianamente nos questiona afirmativamente: “Decifra-me ou te devoro”. 

E ao nos  sentirmos desafiados, aqueles que sabem o prazer dos desafios,  aceitam e doam de si uma força supra humana. Aceitamos muitas das vezes, não só para descobrirmos, mas também para olharmos esses paradigmas desafiando-nos ao nosso eu  a descoberta  do próprio self.
Desconstruir um arquétipo é extremamente difícil, mas coisas boas acontecem quando nos dispomos em revermos conceitos cristalizados.  Aos poucos, talvez, precisamos romper com figuras destrutivas (como as da sereia) pra que comece a nascer a imagem da loba, da mulher selvagem   com toda sua seiva, e  com isso nasça os primeiros raminhos desta enorme e bela arvore que somos em nossa essência.
E assim, através do olhar externo de um ao outro, nós, olharemos cada vez mais para dentro de nós mesmos, e ao descobrir nossa alma, nos remeteremos ao encontro do universo e sua expansão indissolúvel.
Carpe Diem, mas não nos esqueçamos : Nada é pra já ...




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